Depoimentos desta semana podem revelar esquema que não se imaginava, diz senador

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (28), o senador Rogério Carvalho (PT-SE), suplente da CPI da Pandemia, afirmou que os depoimentos da CPI da Pandemia desta semana poderão revelar esquemas que não imaginávamos.

A agenda de depoimentos começa nesta terça (29) com o deputado estadual do Amazonas Fausto Júnior (PRTB). Ele foi relator de uma comissão, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que apurou ações do governo estadual no combate à pandemia de Covid-19.

“Amanhã vamos ouvir o deputado que foi responsável pela relatoria de uma CPI que investigou governador do estado do Amazonas e não o indiciou mesmo com todas as evidências de negligência, como com o fornecimento de oxigênio e no controle da expansão no número de casos. O governo [estadual] largou mão das medidas de prevenção não farmacológicas por pressão que sofreu, e diante disso o resultado que nós vimos foi a explosão de casos no começo deste ano, com milhares de mortos decorrentes da atuação do governo do estado e orientado pelo governo federal”, avaliou o senador petista.

O empresário Carlos Wizard vai prestar depoimento à comissão na quarta (30). Ele é apontado como um dos integrantes de um suposto “gabinete paralelo” que teria assessorado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia.

“A questão principal [com relação à Carlos Wizard] é o fato dele e outros participarem de um gabinete que orientava o presidente de uma teoria de deixar as pessoas adquirirem naturalmente a imunidade sem a necessidade de vacinas, investindo numa droga sem eficácia, como a cloroquina. Tudo isso tem um grupo que participava.”

O senador lembrou ainda que Wizard foi citado pelo deputado Luis Miranda (DM-DF) na aquisição de vacinas contra a Covid-19 do laboratório Casino, por meio de uma empresa localizada no estado do Paraná.

“Abre aí mais um campo de investigação que a CPI tem que olhar, buscar documentos e informações para saber o que isso representa do ponto de vista de tráfico de influência do governo.”

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