MATO GROSSO DO SUL (MS) – O deputado federal Loester Carlos de Souza (PSL-MS), o Tio Trutis, que já está se enrolando com a PF (Policia Federal), que pediu seu indiciamento por atentado Fake que armou contra si, como noticiamos na última sexta-feira, agora mente ao povo e a própria Câmara dos Deputados, para justificar viagem ‘particular’ como ‘missão oficial’ em nome do Parlamento. A direção da Casa, divulgou que desconhece a viagem à Itália, realizada em setembro de 2019, então após oito meses de mandato. Ele ainda teria levado uma acompanhante com despesas pagas com recursos públicos.
O caso repercutiu na imprensa local, após ser noticiado no site “MS em Brasília”, que publicou segunda-feira (21) reportagem em que revela viagem de Trutis ao exterior junto com Raquelle Lisboa Alves, sua assessora à época e atual mulher. A viagem ocorreu entre os dias 11 a 15 de setembro, período em que tinha apresentado atestado médico.
O parlamentar teria novamente mentido ontem, ao publicar à noite em suas redes sociais, desmentido sobre viagem que fez à Itália, quando estava em licença para tratamento de saúde. Ele tenta desqualificar a notícia, reafirmando que viajou, na ocasião, em ‘missão oficial’. “Na verdade, eu estive naquele país em missão oficial, entre os dias 12 e 15 daquele mês, para conhecer a indústria de tecnologia em armamento”, diz trecho da postagem.
A Câmara dos Deputados desconhece a viagem, afirmando oficialmente que não há registros desta viagem. A Câmara ainda informa que Trutis fez somente duas viagens oficiais em 2019: em junho, para Londres e Paris, e em novembro, para Praga.
Trutis postou ontem, trecho de imagem de dito documento, mas que aparece somente parte da imagem onde se lê “licença para tratamento de saúde” a partir do dia 18 de setembro. A primeira imagem, que traz informações sobre “licença para tratamento de saúde” nos dias anteriores, foi ignorada estrategicamente. E a viagem em si foi de 12 a 15 de setembro.
O deputado ainda ‘meteu o pau’ no site dizendo que o acusa de “fraudar o atestado médico”, o que não é verdade. O site ‘MS em Brasília’ descreveu que houve viagem durante período de licença médica. E ainda, Trutis não ‘lembrou’ de falar sobre a companhia de sua então assessora na viagem à Itália.
O ‘MS em Brasilia’, apontou que apurou o caso por cerca de três meses, utilizando-se de informações do Portal Transparência e da Lei de Acesso à Informação junto à Câmara dos Deputados. Também ouviu pessoas próximas ao parlamentar.
O ‘MS em Brasília’ até já se colocou a disposição da Procuradoria-Geral da República em Brasília, órgão responsável por representar contra membros do Congresso Nacional ao Supremo Tribunal Federal, para repassar o material que dispõe sobre o caso.
Mais enrosco Judicial
Trutis, além do pedido da PF para indiciamento, tem também pelo MPF-MS (Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul) processo enviado para a Procuradoria-Geral da República, de investigação contra possível abuso de autoridade e infração sanitária do deputado federal.
Ele, no dia 16 de julho de 2020, então auge da Pandemia da Covid, invadiu o Centro de Especialidades Médicas, em Campo Grande, com pretexto de fiscalização, durante vigência de decreto de combate e prevenção ao Covid-19.
Trutis disse ter sido chamado ao local pelas mulheres e justificou suas ações com “poder de fiscalização”, que estaria dentro das atribuições de seu cargo.