CAMPO GRANDE (MS) – O número de internações pela Covid 19 é maior que o de leitos no Mato Grosso do Sul. O colapso já faz MS transferir pacientes para outros Estados, pois sem espaço para ampliação de leitos e com 278 pacientes na fila de espera, a única solução é transferência. A realidade da piora na situação com UTIs lotadas, vem sendo noticiada a dias e até mesmo relatada pelo secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. Hoje, ele oficializou o fato de agora, até haver o envio de doente para o estado de Rondônia, que em tese é menor que MS.
Além do assunto, o boletim epidemiológico desta quarta-feira (2), foi repassado a pouco, no fim da manhã, em Live diária da SES (Secretaria de Estado de Saúde), para divulgar a situação da Covid-19 no Estado. Hoje, pelas últimas 24 horas, vieram a óbito no Estado um total de 50 pessoas, sendo 16 em Campo Grande. Foram confirmadas até o momento 6.917 mortes, deste o inicio da Pandemia.
O número de infectados nas últimas 24 horas é de 2.176 novos casos, ultrapassando novamente a marca de 2 mil casos por dia. Até o momento são 294.853 casos confirmados em MS, número que se aproxima da marca de 300 mil óbitos. Muitos quadros seguem realizando isolamento em suas casas, que segundo o boletim de hoje somam 22.163, dado que também vem subindo nos últimos dias.
Já os pacientes que seguem em tratamento nas unidades hospitalares públicas são 583 em leitos clínicos, onde são tratados casos de menor gravidade e 417 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), local em que estão os mais graves. O total de internados é de 1.307, entre as redes públicas e privadas de saúde, apresentando mais uma vez acréscimo acentuado.
O envio para Rondônia
A espera de vaga em hospitais de MS, não dá mais tempo e o Estado começou a transferir pacientes para Rondônia. Hoje, há 278 pessoas, sendo na macrorregião de Campo Grande, 170 pessoas em leitos improvisados, 144 são moradores aqui da Capital. Um morador de Bonito foi hoje pela manhã para Porto Velho, capital Rondonense, que cedeu 10 leitos a MS.
Durante coletiva, a pouco, o secretário revelou ainda que Sul-mato-grossenses serão encaminhados a outros estados brasileiros por não haver outra alternativa. “Vamos buscar socorro em outros Estados para não ficar ninguém desassistido em MS. Já recomendamos e tivemos autorização do governador para que nós possamos ter uma reciprocidade ofertada pelo estado de Rondônia”, explicou Geraldo Resende, caso no futuro MS melhore no combate à pandemia e possa retribuir o apoio.
O titular da SES lembrou que pacientes rondonenses vieram ao Estado, no ano passado, quando então o sistema hospitalar de lá entrou em colapso. “Quando estava em estado caótico em Rondônia, eles recorreram a Mato Grosso do Sul e atendemos pacientes oriundos de lá não só no Hospital Regional, mas no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, em Três Lagoas”, relembrou Resende.
Resende detalhou que já há outros estados ofertando “ajuda humanitária” como Espírito Santo, governado por Renato Casagrande (PSB). MS já tem oficializado que, atualmente, não há leitos de UTIs disponíveis em hospitais vinculados ao SUS (Sistema Único de Saúde), nem na rede particular.
Conforme boletim publicado nesta manhã, considerando o total de leitos disponíveis, a SES aponta que há taxa de ocupação de 102% – ou seja, não há vagas e sim excedente de 2% acima da capacidade oficial.
Negacionismo em parte da população
Geraldo Resende foi enfático e atacou os “negacionistas”, ou parte da população que vem contribuindo para piora da situação da Saúde Pública, tornando danos ao coletivo, que chegará ou já chegou ao individual de toda a população.
O secretário mencionou o seguimento a “lideres” do erro em relação ao uso de máscaras, distanciamento social e às vacinas contra a covid-19, principalmente no que é praticado por representantes do governo federal, que para ele influenciam práticas da população.
“As pessoas se orientam muito mais pelas lideranças nacionais negacionistas, aqueles que são contra a vacina, que fazem aglomerações não usando máscara, aqueles que acham que medidas restritivas não têm valor nenhum”, ressaltou.