“Só na fraude o ‘nove dedos’ volta”, diz Bolsonaro sobre Lula

Em interação com apoiadores nesta segunda-feira (21/6), na saída do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só retorna ao poder se houver fraude nas eleições de 2022. O mandatário da República voltou a defender o voto impresso, mudança constitucional que está sendo debatida na Câmara dos Deputados.

“Só na fraude o ‘nove dedos’ volta. Se o Congresso aprovar e promulgar, teremos voto impresso. Não vai ser uma canetada de um cidadão, como esse daqui, que não vai ter voto impresso. Pode esquecer isso daí”, disse Bolsonaro, sem citar a quem se referia.

A conversa do titular do Planalto com apoiadores foi divulgada por um canal no YouTube simpático ao presidente. O vídeo possui cortes e edições.

Atrito com Barroso

Bolsonaro tem entrado em atrito com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que desafiou o chefe do Executivo nacional a apresentar provas de fraudes no uso da urna eletrônica nas eleições de 2018.

O mandatário tem alegado que houve fraude no pleito que o alçou à Presidência da República e dito que ele teria sido eleito ainda em primeiro turno. Desde que a primeira acusação foi feita, em 2019, nunca foram apresentadas provas da suposta fraude.

“Nunca houve fraude documentada, jamais. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver alguma prova de fraude ou de impropriedade, tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal Superior Eleitoral. Tô esperando de portas abertas e de bom grado”, disse Barroso em entrevista à CNN Brasil.

O presidente tem questionado a confiabilidade da urna e já afirmou que, sem voto impresso no pleito de 2022, será “sinal de que não vai ter eleição”.

Em sua live semanal na última quinta-feira, Bolsonaro afirmou ter convicção de que “realmente houve fraude e de que o Aécio ganhou em 2014”. E continuou: “Eu ganhei no primeiro turno em 2018”. O presidente pediu ainda contagem pública dos votos por seção eleitoral, “especialmente em cidade pequena, onde todo mundo se conhece”.

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