O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, será um dos principais personagens do novo depoimento de Wilson Witzel, que vai acontecer a portas fechadas na CPI da Covid. O ex-governador já traçou um roteiro de acusações envolvendo Castro e políticos fluminenses na área da saúde e em outras esferas do Estado. Os senadores da CPI aprovarão, na sessão de terça-feira, a data para a nova oitiva de Witzel. A avaliação é que depois dessa fala, a pressão para que Castro seja convocado na Comissão aumentará ainda mais.
Segundo aliados do ex-governador, ele vai expor, por exemplo, fatos sobre supostas irregularidades envolvendo a Fundação Leão XIII, responsável por políticas de assistência social no Rio, e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). Castro foi acusado por um delator de ter recebido R$ 100 mil em propina do empresário Flavio Chadud, dono da Servlog, empresa que tinha contratos milionários com a Fundação Leão XIII. O governador nega irregularidades.
O senador Flávio Bolsonaro e sua ligação com hospitais federais do Rio será outra frente do depoimento do ex-governador.
Ciente da artilharia, Castro vem sendo aconselhado a dar o troco e demitir nomes que manteve no governo após substituir Witzel.
No mês passado, Witzel perdeu definitivamente o cargo de governador do Rio após ser julgado pelo Tribunal Especial Misto, formado por deputados e desembargadores, e teve os direitos políticos anulados. Witzel foi afastado por suspeitas de desvios na área de saúde do Rio.