Presos à cadeiras de rodas, pelo menos 500 pessoas portadoras de deficiências, homens e mulheres, idosos e até crianças, em Rio Branco (AC), vêm enfrentando um problema a mais em relação às suas necessidades especiais: a falta de acessibilidade aos ônibus do transporte coletivo da Capital. A denúncia vem sendo feita pelo presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Acre, Edvânio Souza, ele próprio deficiente desde que sofreu um acidente doméstico e perdeu a mobilidade dos membros inferiores.
De acordo com o dirigente, a maioria dos ônibus que circula em Rio Branco não têm rampa para permitir o embarque dos cadeirantes. “A gente perde horas nas paradas de ônibus, perdendo compromissos, consultas médicas, os que trabalham faltam ao emprego. Enfim, uma situação cada vez mais difícil”, denunciou. “O pior é que parece que o poder público não quer enxergar nossa existência. E não somos poucos. Só em Rio Branco somos em torno de 500 pessoas nestas condições”, disse.
Edvânio Souza afirmou ainda que a situação só não é pior porque, em alguns ocasiões, pessoas caridosas ajudam os cadeirantes no embarque nos ônibus. “Mas quando não aparece uma pessoa caridosa para ajudar, muitos de nós temos que voltar para casa. Pior que nossa condição, é esse desleixo do poder público”, disse Edvânio.
O caso chegou ao conhecimento da RBTrans, a autarquia municipal responsável pelo transporte coletivo na Capital, cujo diretor-presidente, Anísio Teixeira, reconheceu o problema. Segundo ele, a frota de ônibus coletivos que circulam na Capital estão com prazo de validade vencidos, com muitos anos de circulação e ferindo o próprio contrato de concessão. “O Sindicol disponibiliza de vans especiais para este transporte, mas reconheço que não é suficiente. Vamos nos sentar com a entidade dos portadores de necessidades especiais para buscarmos uma solução conjunta entre a RBtrans, a categoria e o Sindicato das Empresas de ônibus”, disse.