A fabricação da borracha foi, em décadas passadas, uma das principais atividades entre os moradores de Sena Madureira que exploravam os seringais nos rios Iaco, Caeté, Purus e Macauã. Todos os anos, as embarcações ancoravam no porto do município trazendo o chamado “ouro negro da Amazônia”. Com o passar do tempo, entretanto, tal atividade enfraqueceu motivada basicamente pela desvalorização do produto fazendo com que muitos ribeirinhos abandonassem suas colocações e se mudassem para a cidade.
Somente nos últimos anos, com o aumento no preço da borracha é que o corte da seringa voltou a ser realizado com mais frequência. Um dos seringueiros é o senhor Felizardo Rodrigues da Conceição, residente na colocação Lago grande, no igarapé Maloca. Mesmo com a idade avançada (75 anos), ele relata que dá conta de duas estradas de seringa. “A bem da verdade, comecei a cortar seringa e produzir borracha aos 15 anos de idade. Parei por um bom tempo porque não compensava, mas sempre gostei dessa atividade. Agora que o preço melhorou, voltei a extrair o látex para a fabricação da borracha”, comentou.
Sua rotina diária é acordar cedo, preparar o café e ir para o trabalho. “Normalmente a gente acorda de madrugada pra dar tempo de fazer o rodo nas duas estradas. Após o corte, temos que colher o leite e adotar as demais medidas até chegarmos ao produto final. Faço isso porque gosto, me sinto bem”, salientou.
A borracha fabricada em Sena Madureira é comprada pela Cooperiaco, através da empresa Veja. A referida empresa compra o quilo por 10 reais, mas ainda tem o subsídio federal (3,08 reais) e o Estadual (2,30 reais). Somando todos os valores, o quilo chega a 15,38 reais.
Atualmente há seringueiros atuando nos quatro rios de Sena Madureira, mas segundo a Cooperiaco a maior produção é oriunda do rio Macauã.