O Ministério Público de Minas Gerais vai entrar com uma ação penal por estelionato contra o casal da alta sociedade de Belo Horizonte que tomou três vacinas contra a Covid-19.
Segundo a denúncia do órgão, Terezinha Geo Rodrigues, dona de uma joalheria, e o marido dela, o proprietário de uma empresa de engenharia, Jacques Rodrigues, receberam duas de Coronavac na capital mineira. Mais tarde, os dois viajaram para Rio Novo, cidade com cerca de 9 mil habitantes, na Zona da Mata, e receberam mais uma dose, desta vez da Pfizer.
O casal de empresários tem uma fazenda no município, que, até o dia 7 de julho, recebeu cerca de 5,6 mil doses de vacina contra a Covid-19. A Vara Única da Comarca de Rio Novo determinou tutela antecipada nesta segunda-feira (12) para impedir que Terezinha e Jacques tomem a segunda dose de Pfizer ou a primeira de algum outro imunizante, sob multa de R$ 1 milhão.
O Ministério Público ainda pede que o casal pague R$ 500 mil por dano moral coletivo e R$ 500 mil por dano social a cada um deles pela gravidade da conduta. Em relação à ação penal, há a possibilidade de acordo, caso as partes colaborem.
O G1 tenta contato desde segunda-feira (12) com o casal. Até a conclusão desta reportagem, eles não haviam se manifestado sobre o processo ou sobre as três doses.
Terezinha Geo Rodrigues e Jacques Rodrigues costumam circular em eventos da alta sociedade de Belo Horizonte. Algumas das joias vendidas pela empresária ultrapassam os R$ 70 mil. Um par de brincos oferecido na loja on-line chega a quase R$ 100 mil. A empresa de Jacques Rodrigues realiza obras de engenharia de grande porte, como na Mina Germano, da mineradora Samarco, em Mariana.
Segundo o MP, a investigação começou depois de uma denúncia anônima à Ouvidoria do órgão. Um procedimento administrativo foi aberto para investigar o caso.
O cruzamento de dados das secretarias municipais de Saúde de Belo Horizonte e Rio Novo permitiu comprovar que o casal recebeu três doses contra Covid-19. Ainda segundo o MP, eles poderão responder por estelionato.