Uma nova boa notícia em relação ao Acre: de acordo com a Fudação Getúlio Vargas (FGV/Ibre) o Estado, ao lado do Pará e do Tocantins, faz parte da lista de unidades da Federação nos quais não houve piora da pobreza entre novembro de 2019 e janeiro de 2021. É o que mostra estudo divulgado pela instituição nesta segunda-feira (30).
A pesquisa da FGV concluiu que, em 24 dos 26 estados e o Distrito Federal, houve aumento da população pobre em relação ao total. Os dados refletem as consequências da pandemia de coronavírus na economia. Rio de Janeiro, Distrito Federal e Roraima foram os estados nos quais houve maior expansão da pobreza. No Rio de Janeiro, o incremento foi de 6,9 pontos percentuais, passando de 16,9% em 2019 para 23,8% em 2021, chegando a quase um quinto da população. O Rio de Janeiro foi o segundo estado com a maior alta na concentração da população mais pobre; em primeiro lugar está o Distrito Federal, no qual a população pobre foi de 12,9% para 20,8% no período.
Em São Paulo, a população pobre chegou a 19,7%, alta de 5,9 pontos percentuais em relação a 13,8% no final de 2019. A pesquisa considerou índices de pobreza do Banco Mundial, cuja renda per capita é de até R$ 400 ao mês. Para a condição de pobreza extrema, a pesquisa tem como referência a renda per capita de R$ 160 por mês.
No Nordeste, o Piauí teve a maior alta (5,3 pontos): de 41,1%, para 46,4%. No norte, estão os únicos três estados que não tiveram piora: Acre, Pará e Tocantins, respectivamente com 46,4%, 45,9% e 35,7% de sua população em situação de pobreza. O Amapá é o Estado com a maior concentração de população pobre: 55,9% (eram 51,4% na medição anterior). Para chegar a essas conclusões, a pesquisa combinou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad contínua), do primeiro trimestre de 2019 com a Pnad-Covid, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Os levantamentos trazem informações sobre a renda da população entre janeiro de 2019 e novembro de 2020. A pesquisa mostra que, das 27 capitais do país, 18 estão nessa situação. Segundo o estudo, todas as capitais apresentaram crescimento tanto da pobreza, como da sua situação extrema.
Mas, neste item, quem mais sofreu foi Roraima, com a Capital Boa Vista, com uma situação peculiar, por causa da migração de venezuelanos. Pela crise migratória, com uma grande entrada da população venezuelana, sem perspectiva, sem possibilidade de se inserir no mercado de trabalho. Por isso houve um aumento muito grande da extrema pobreza nesse Estado Foi o Estado com a maior alta na população em extrema pobreza, de 11,2% a 19,9%, alta de 8,7 pontos.