Uma das figuras mais conhecidas do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Acre, o ex-deputado e professor João Correia, usou o seu perfil no Facebook para criticar os apoiadores da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata do “voto impresso” – pauta que a Câmara dos Deputados deve analisar no plenário ainda nesta terça-feira (10).
O ex-deputado torce para que o líder do MDB na Casa encaminhe o voto do partido contra a proposta.
“Na votação da PEC do voto impresso, ficarei satisfeito se o líder do MDB na Câmara Federal encaminhar o voto do Partido contra o retrocesso que significaria aprovar matéria tão tosca e reacionária. Razão do presente: as urnas eletrônicas são a contribuição mais relevante que o Brasil oferece aos processos eleitorais em todas as nações do planeta. Somos, de muito longe, dentre todas as democracias conhecidas, a mais eficiente, rápida, segura e limpa na coleta, apuração e rapidez na divulgação dos votos dos cidadãos”, escreveu Correia.
Embora o deputado Flaviano Melo tenha se posicionado contra o projeto, a acreana Jéssica Sales, do mesmo partido, disse que vai votar a favor da PEC.
Ao justificar seu posicionamento, João Correia explicou que “não se deve fugir do passado” e destacou a luta do MDB pela democracia e contra a ditadura.
“O MDB foi o estuário, foi o partido mãe na luta e na vitória contra a ditadura militar que nos infelicitou por 21 longos anos. Não se deve fugir do passado, especialmente quando ele é relevante. O presente exige a coragem de se preservar nossa democracia contra todas e quaisquer forças da barbárie”, continuou.
O professor de economia finalizou a publicação dizendo que os deputados vão votar como quiserem, mas que “o partido precisa honrar seu passado de lutas”.
“Os Deputados do MDB votarão como acharem que devem. O Partido, no entanto, precisa honrar seu passado de lutas contra o autoritarismo e garantir com toda coragem seu legado de lutas e vitórias contra o arbítrio”, concluiu.
A impressão do voto depositado na urna eletrônica é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem feito ataques sem provas ao sistema eleitoral e já ameaçou agir “fora das quatro linhas” da Constituição.