Há cerca de três semanas, moradores do Loteamento Jardim São Francisco se apossaram de uma área de terra localizada ao redor do terminal de integração no bairro São Francisco, em Rio Branco. Nesta segunda-feira (16), a reportagem do ContilNet foi procurada pelo Felipe, de 28 anos, pra denunciar uma suposta truculência por parte do policiamento ambiental.
Felipe explica que são mais de 500 famílias na área, algumas já construíram barracos e estão inciando plantações. Segundo ele, neste final de semana, policiais militares levaram pelo menos sete deles para a delegacia. O denunciante acusa a PM de truculência.
“Prenderam uma turma na mata, tomaram coisas e levaram presos”, afirma Felipe, dizendo ainda que pessoas que se dizem dona das terras e que não apresentaram nenhum documento. “Essas pessoas estão usando de influência. Chamaram a gente dizendo que ia ter uma reunião com o dono das terras, chegando na Defla colocaram a gente o dia inteiro dentro de uma cela sem comer até nosso advogado chegar e fazer valer nossos direitos”, desabafou.
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar disse que neste domingo (15) atendeu a ocorrência após uma denúncia de que pessoas estariam desmatando a vegetação para invadir/demarcar territórios e povoar o espaço com construção de casas. Chegando ao local, os policiais militares confirmaram o teor da chamada e disseram que parte da vegetação já havia sido derrubada.
A instituição nega que tenha havido truculência. Por meio da assessoria de imprensa, fomos informados que o denunciante se apresentou como filho dos donos da terra e apresentou cópias de documentos do Cartório de Registro de Imóveis contendo informações sobre o tamanho, limitações e propriedade.
A Polícia Militar confirmou que sete pessoas foram flagranteadas e conduzidas à delegacia com base nos artigos 161 § 1° Inc II do Decreto Lei n° 2848/1940 (invadir terreno para fim de esbulho possessório) e 50 da lei 9605/98 (destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas).
“São mais de 500 famílias aqui que realmente precisam, que ou paga aluguel ou come. Aqui já faz tempo que está abandonado, pegando fogo. Estamos aqui há três semanas, limpando, cuidando, plantando e até o momento não chegou nenhuma ordem judicial”, diz Felipe.
De acordo com as informações da PM, durante a ação, todos sete envolvidos cooperaram com o serviço da polícia, por isso não foram algemados.