Grupo que matou indígena tentou arrastar outra menina para estupro coletivo

Uma adolescente de 15 anos disse em depoimento à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul que o grupo suspeito de abusar e jogar uma menina indígena de 11 anos da etnia Guarani Kaiowá de um penhasco em Dourados, tentou levá-la à força antes. “Nós ouvimos ontem o depoimento da N., que confirmou que as meninas estavam confraternizando com os adolescentes. Foi quando tentaram puxar ela à força, mas ela conseguiu correr. Eles então voltaram e pegaram a outra menina”, contou ao UOL o delegado Erasmo Cubas, coordenador do Setor de Investigações Gerais e responsável por investigar o crime.

Os quatro investigados de estupro coletivo e assassinato tiveram as prisões e apreensões em flagrante convertidas em prisão preventiva e internamento provisório. Dois homens, sendo um deles o tio da menina, e três adolescentes, de 13, 14 e 16 anos, confessaram o crime O tio foi encontrado morto na tarde de ontem na cela em que estava preso, ao lado do outro adulto suspeito do crime.

A polícia investiga a circunstância da morte, que é tratada como suicídio, de acordo com o delegado. O crime ocorreu na madrugada de segunda-feira (9). Após ser estuprada coletivamente, a criança foi jogada de um penhasco de cerca de 20 metros e morreu. Segundo a Polícia Civil, os investigados adultos serão indiciados pelos crimes de feminicídio, homicídio qualificado por ocultação de crime e estupro de vulnerável. Os adolescentes serão indiciados por atos infracionais relacionados aos mesmos crimes.

“O crime assusta, choca bastante pela crueldade que eles tiveram com ela, pela frieza de chegar na delegacia e mentir. Eles mentiram por quase 12 horas até que surgiu um fato que um negou, mas outro entregou. A mesma coisa com o tio, que no depoimento tentou se mostrar abalado e não desconfiamos dele no início”, disse o delegado. Ainda segundo Cubas, os próximos passos da investigação serão ouvir familiares da vítima, como a mãe e a avó, averiguar os laudos para concluir qual foi a dinâmica do crime e fazer o exame do material genético encontrado na vítima.

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