A jornalista Katiussi Melo, que foi exonerada do cargo de assessora de comunicação da Fundação Garibaldi Brasil (FGB) na última quarta-feira (28), e alegou ter sido vítima de assédio moral por parte do secretário de Comunicação, Ailton Oliveira, voltou a fazer revelações sobre sua conturbada saída.
A profissional diz que além do assédio moral e perseguição sofrida antes de sua demissão, ela também teria sido vítima de danos morais. Segundo Melo, no dia 19 de julho, 9 dias antes de ser exonerada, a editora-chefe da Diretoria de Comunicação, Melissa Jares, realizou uma reunião onde teria anunciado a outros integrantes da equipe, a demissão antecipada de Katiussi sem se quer ter comunicado à jornalista.
“Fiquei sabendo da notícia por terceiros, que mandaram mensagens surpresos querendo saber o motivo para essa demissão. Já que eu estava fazendo meu trabalho direito e em sete meses de gestão jamais havia faltado um único dia de serviço. Trabalhando até mesmo aos fins de semana, feriados e sem direito a folga”, disse a profissional.
Katiussi enviou um print que confirma a sua informação.
A reportagem procurou a também jornalista, Melissa Jares. Ela disse que na reunião do dia 19, Katiussi já havia sido informada sobre sua exoneração. “Ela está equivocada. O que foi avisado para a equipe é o que o diretor já tinha dito: ela não fazia mais parte da comunicação da gestão. Isso sim, foi passado à equipe até porque ela insistia em mandar material”, explicou Melissa.
Questionada se Katiussi estava mesmo ciente da exoneração na data da reunião, Melissa foi categórica. “Estava e por isso ela saiu daqui batendo porta e gritando com o superior dela”.
Um vídeo enviado à reportagem mostra uma servidora afirmando que, antes de ser exonerada, Katiussi vivia triste na Prefeitura. “Eu trabalho na limpeza da Prefeitura e via a repórter triste pelos cantos, vi ela reclamando várias vezes que não estava fazendo nada”, disse.
Não divulgaremos o vídeo, para não prejudicar a servidora que apesar de não mostrar o rosto, poderia ser identificada de outras formas, mas a trabalhadora diz ainda que muitos outros trabalhadores já reclamaram do comportamento do secretário Ailton e da editora-chefe, Melissa Jares. “Já vi muitos reclamarem do seu Ailton e da dona Melissa e a única que teve coragem foi a loirinha [Katiussi], e eu fiquei muito triste com o que aconteceu, foi uma grande injustiça. O prefeito tem que abrir os olhos”, diz.
Gritos e ameaças
Katiussi revelou detalhes dos episódios em que diz ter sofrido com o assédio moral por parte do secretário, Ailton Oliveira. No dia 6 de junho, ela afirma ter sido acusada de usar o equipamento da Prefeitura em benefício próprio.
“Isso é uma acusação absurda, já que o equipamento da DIRCOM havia dado problema e eu fiz imagens e edição tudo com o meu celular”, conta Katiussi. Ainda segundo ela, em determinado momento Ailton Oliveira, aos gritos, também teria acusado a profissional de se oferecer para trabalhar em outras secretarias.
“Uma humilhação, porque isso ocorreu no meu local de trabalho, diante dos colegas”, lamenta. “Infelizmente o meu trabalho e profissionalismo estava incomodando eles. Nunca precisei ir atrás de secretário para trabalhar. Pelo contrário, vários ofícios chegavam de outras secretarias me solicitando para fazer assessoria. O próprio Ailton Oliveira pediu a minha transferência da FGB para a DIRCOM com a desculpa de me aproveitar melhor nesse setor. Porém eu afirmo: nem no governo do PT eu vi tanta perseguição”, concluiu.
Na época, Ailton negou as acusações. Ao ContilNet, ele disse que Katiussi terá que provar na Justiça. Sobre sua exoneração, ele afirma que a jornalista não atendeu as expectativas. “Esteve conosco na comunicação, mas não correspondeu com as expectativas! Foi então devolvida para a Fundação e exonerada”, finalizou.