Ajudar na preservação de abelhas e aumentar a produção de café robusta amazônico são alguns dos objetivos da possível implantação de colmeias em cafezais de Rondônia. Um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), mostra que locais com o acesso desses insetos dobraram a produção de grãos.
Segundo a Embrapa toda a cadeia produtiva do café robusta no estado depende da polinização.
“Para produzir 10 sacas não se preocupava com os polinizadores, mas quando passamos a ver que o potencial é muito maior, começamos a nos preocupar mais com o que pode realmente atuar para facilitar e melhorar a qualidade da produção. É aí que as abelhas entram”, diz César Teixeira, pesquisador da Embrapa.
Desde 2019, a Embrapa Rondônia estuda as vantagens dessa polinização para que os agricultores recebam informações técnicas para aumentar o resultado final.
No primeiro ano de trabalho, foram duas preocupações principais:
– conhecer as espécies de abelhas que frequentam os cafezais;
– avaliar a proporção de ganho com a presença de abelhas.
“Em áreas distintas fizemos experimentos impedindo que as abelhas tivessem acesso às flores do café e comparamos com plantas que tinham livre acesso. A base é essa: verificar plantas protegidas da ação das abelhas e plantas não protegidas das abelhas”, diz César.
Após comparação foi possível ver que apenas 40% das plantas protegidas dos insetos chegaram a produzir café, enquanto que 80% das que tiveram acesso às abelhas produziram grãos, segundo a pesquisa.
A próxima etapa do estudo é encontrar a solução de como aumentar a participação delas nos cafezais.
Para o apicultor Fernando Gehrke para inserir colmeias em cafezais são necessários alguns cuidados, já que elas não podem estar perto de estradas, ou nas proximidades de locais onde se criam animais.
“Tem que seguir a legislação para não correr risco de um ataque ou problema. Existe um manejo. Não é “só colocar abelha dentro da caixinha” que ela vai produzir. Tem todo um trabalho como qualquer outra cultura”, comenta o apicultor.