Tão preocupante quanto os fatos do 7 de setembro é o calor sufocante e sem viração de ventos que escaldou o dia 8, de norte a sul do Brasil –essa falsa calmaria de um país que tem a sua democracia ameaçada publicamente pelo próprio presidente da República; e a sua população submetida a uma crise política, social, sanitária, econômica e ética, com tudo o que basta para uma tempestade perfeita.
Bolsonaro bradou em Brasília, referindo-se ao órgão máximo do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal: “Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que não queremos”.
Em São Paulo, sobre possíveis decisões de um dos ministros que formam o colegiado do STF, emendou: “Esse presidente não mais cumprirá”.
As falas do presidente Jair Bolsonaro no 7 de setembro coroam uma série de ameaças ao Estado Democrático de Direito que se repetem e já configuram um crime permanente, porque fazem as instituições reféns amedrontadas dos arroubos presidenciais e dos seus recorrentes blefes autoritários, inclusive apresentando sua credencial de comandante-em-chefe das Forças Armadas.
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