Com mais de R$ 5 mil em diárias, vereador de Rio Branco viaja para fazer curso em Foz do Iguaçu

Mesmo com o mandato cassado em Primeira Instância pela Justiça Eleitoral após ação do Ministério Público no último mês de setembro, o vereador Célio Gadelha (MDB) recebeu o aval do presidente da Câmara Municipal de Rio Branco N. Lima para participar de um curso em Foz do Iguaçu (PR) entre os dias 19 a 23 de outubro, recebendo por isto mais de R$5 mil em diárias.

A capacitação, intitulada “Cuidados Indispensáveis para o Gestor Público Municipal”, é fornecida pela empresa “Qualificar – Capacitação e Treinamento”. Segundo a portaria, publicada na edição desta terça-feira (19) no Diário Oficial do Estado (DOE), serão concedidas 5,5 diárias ao vereador e ao assessor Francisco Paulo Ferreira.

Vale destacar que esta é a terceira vez que o vereador realiza viagens este ano. Em agosto, ele se deslocou para São Paulo (SP) para fazer um curso de ética na Administração Pública, recebendo para isto mais de R$4 mil em diárias.

Mais recentemente, em setembro, Gadelha foi para Natal (RN) para participar do curso de elaboração do orçamento municipal, e recebendo 6,5 diárias, o equivalente a quase R$6 mil. Este valor, por sua vez, é quase a metade do salário de um vereador, estimado em R$12 mil.

CASSAÇÃO

O vereador Célio Gadelha foi alvo da investigação intitulada “Sine Vox”, que significa “sem voz”, da Polícia Federal (PF), e que objetiva a repressão à compra de votos nas eleições municipais de 2020, caracterizada como crime eleitoral.

A investigação teve início em março de 2021, quando descobriram, através de grupos de aplicativos de mensagens, que uma pessoa contou que havia recebido R$50 para votar no então candidato à reeleição. Gadelha foi reeleito com 1.293 votos.

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Na decisão, o juiz eleitoral Gilberto Matos de Araújo falou que diante das provas, houve a constatação de que a campanha do vereador foi impulsionada por meios econômicos, “principalmente quando se leva em consideração as filmagens que mostram a entrega de valores às pessoas que tinham o nome listado (R$ 50 para cada uma delas) e o dinheiro apreendido quando do cumprimento do mandado de busca e apreensão nas residências do impugnado e de seu irmão, José Brito, estando todo o montante fracionado em notas de R$ 50”.

Em contrapartida, o vereador disse que está de consciência tranquila e que vai recorrer da decisão até a última instância. “Tenho a consciência tranquila de que não cometi nenhum abuso de poder econômico, nenhuma compra de voto e isso nós vamos provar, se Deus quiser”, disse.

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