A declaração do presidente Jair Bolsonaro em Dubai, nos Emirados Árabes, onde ele disse que a Amazônia, “por ser uma floresta úmida”, não pega fogo e que a região tem 90% de sua vegetação preservada “exatamente como foi encontrada em 1500”, foi categoricamente desmentida pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), instituição do governo federal. De acordo com o órgão o desmatamento na Amazônia, sob o governo de Bolsonaro, atingiu o pior índice já registrado na série histórica desde 2015 e que os focos de fogo são os maiores dos últimos anos.
O INPE alerta que os desmatamentos abrangeram uma área de 580,55 km², equivalente a 58 mil campos de futebol, conforme medições do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Os dados mostram que o desmatamento na região cresceu em 2021 42% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram detectados alertas numa área de 407 km².
No entanto, mesmo com os números e as evidências, Bolsonaro continua mentindo sobre a região. De acordo com a rede de TV CNN Brasil, durante a abertura do Invest in Brazil Forum (evento com investidores), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, na manhã desta segunda-feira (15) que os ataques sofridos pelo Brasil sobre o desmatamento na Amazônia “não são justos”.
“Nós queremos que os senhores conheçam o Brasil de fato. Uma viagem, um passeio pela Amazônia é algo fantástico…. Até para que os senhores vejam que a nossa Amazônia, por ser uma floresta úmida, não pega fogo, que os senhores vejam, realmente, o que ela tem”, disse Bolsonaro em Dubai.
“Com toda certeza uma viagem inesquecível, além de conhecer aqui o que seria o paraíso aqui na terra. A Amazônia é um patrimônio, a Amazônia é brasileira. Vocês vão comprovar isso e trarão uma imagem que condiz com a realidade. Os ataques que o Brasil sofre quando se fala em Amazônia não são justos. Lá mais de 90% daquela área está preservada. Está exatamente igual de quando foi descoberto no ano de 1500. A Amazônia é fantástica”, destacou o presidente.