Os turistas e profissionais estavam tomando café da manhã em uma pousada de Aquidauana, no Pantanal sul-mato-grossense, quando souberam da presença de várias aves e disseram que “estava na hora de passarinhar”. Com os equipamentos em mãos, o grupo passou a fazer o birdwatching, que é o momento de observar aves, flagrando desde uma ave chamada de “despertador” na região até uma outra ameaçada de extinção.
No caso da harpia, uma turista holandesa é quem fez imagens dela. “Podemos dizer que é ave mais forte, não a maior, mais a mais forte da América do Sul. Até pouco tempo, no Pantanal, não tinha ocorrência dela ainda, só em Bodoquena, Bonito e Corumbá, ali na divisa, no Parque Nacional, sendo que ela até foi monitorada por algum tempo, como registro icônico, imponente, então, esses dois avistamentos da harpia foram sensacionais”, comentou Mendes.
A gerente da pousada, Joana Munaro, explicou que foi uma alegria imensa o avistamento da harpia, há 3 dias. “Foi em um passeio de barco. Os hóspedes estavam observando, no passeio de barco, quando vimos a harpia. Temos guias que trabalham há anos aqui, dez anos, que nunca tinha visto, além dos especialistas em aves que também nunca tinham visto. Foi uma alegria imensa e uma surpresa muito agradável”, ressaltou.
Ainda conforme o biólogo, a pousada no Pantanal é um dos principais destinos das pessoas adeptas ao birdwatching. “Eu sei que lá tem 360 espécies catalogadas na lista e os gringos, por exemplo, gostam muito de ver tucanos, além de outros animais, então, o aparecimento desta harpia é fantástico e a pousada também teve destaque no Bird Day, quando ficou entre os 10 lugares do mundo com mais espécies que aparecem em 24 horas”, disse.
Além das aves, Luiz comenta que a região é procurada para a observação de tamanduás-bandeira, por exemplo. “Ali naquela região a vegetação é baixa, então dá pra ver os detalhes das patas, do animal caminhando. É um dos poucos lugares que dá pra ver e a outra região é a de cerrado, no interior de Minas Gerais e Goiás, por exemplo. Além disso, na região também existe um trabalho, que é o cuidado de animais que tiveram as mães mortas queimadas nos últimos incêndios ou então foram transitar por outro lugar e morreram queimados”, finalizou.