De um lado, aumento da inflação dos mais pobres, famílias em busca de restos de alimentos no lixo, novos empregos com salários menores. Do outro, maior concentração de renda, aumento no número de bilionários e recordes de desempenho nos mercados internacionais.
Os dois cenários antagônicos marcam a distância de renda, desempenho e oportunidades entre a base e o topo da pirâmide de renda —um fosso que conseguiu crescer ainda mais durante a pandemia do novo coronavírus. No meio do ano, o banco Credit Suisse divulgou que a desigualdade havia crescido em 2020, em plena crise sanitária, e o 1% mais rico passou a concentrar metade da riqueza do país.
Nesse quesito, o Brasil só ficou atrás da Rússia, em um ranking de dez países. Um ano antes, os brasileiros mais ricos detinham 46,9% das riquezas —com a pandemia, esse percentual subiu para 49,6%. Um movimento semelhante ocorreu na maioria dos países analisados pela instituição. A fatia concentrada pelo topo caiu apenas na França e na Alemanha.
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