Bilionário deixa Igreja Mórmon e doa R$ 3.4 bilhões a grupo LGBTQ+

O bilionário Jeff Green, considerado a pessoa mais rica do Estado de Utah, nos Estados Unidos, anunciou que estava renunciando à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, mais popularmente conhecida como Igreja Mórmon. Segundo ele, o motivo foi a vasta riqueza e posição sobre causas LGBTQ e questões sociais.

Em carta direcionada ao presidente da Igreja, Russel M. Nelson, relatada pelo jornal local The Salt Lake Tribune, Jeff Green disse acreditar que a Igreja Mórmon está ativamente causando danos ao mundo.

“Eu acredito que a Igreja Mórmon tem impedido o progresso global nos direitos das mulheres, direitos civis e igualdade racial, e direitos LGBTQ +”, escreveu.

Green afirma que já não é um mórmon praticante há mais de uma década, mas agora está oficialmente renunciando totalmente ao cargo de membro na igreja, além dele, mais 11 membros da família e um amigo tomaram a mesma decisão.

Apesar das críticas direcionadas a instituição da igreja, ele disse ter “profundo amor por muitos mórmons”, e ressalta: “Embora a maioria dos membros sejam boas pessoas tentando fazer o que é certo, acredito que a igreja está ativamente e atualmente causando danos ao mundo”.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é conhecida por ter posições conservadoras em questões sociais. O casamento entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo, é considerado “transgressão grave”, as mulheres não têm permissão para assumir cargos mais elevados e homens negros só foram permitidos no sacerdócio a partir da década de 1970.

Com uma fortuna avaliada em cerca de US$ 5.2 bilhões (mais de R$ 29 bi), segundo a revista Forbes. Jeff Green prometeu no inicio de 2021 que doaria ao menos 90% de todo o valor para causas filantrópicas, segundo disse para a mesma publicação.

No inicio desta semana, Jeff Green informou que estava doando US $ 600 mil, valor aproximado de R$ 3.4 milhões para uma instituição em prol das causas LGBTQ+, Equality Utah. Ele também informou que parte dos fundos iria para um novo programa de bolsas de estudo para ajudar alunos LGBTQ+ no Estado.

Parte do objetivo é ajudar alunos que queiram deixar a Universidade Brigham Young, que recebe financiamento da igreja e não aceita relações entre pessoas do mesmo sexo, podendo negar moradia para casais homoafetivos.

Jeff questionou também o uso da riqueza acumulada pela Igreja, que já acumulou mais de US $ 100 bilhões, segundo ele, valor arrecadado por meio da exploração de membros da instituição. “Esse dinheiro vem de pessoas, geralmente pobres, que acreditam de todo o coração que você representa a vontade de Jesus. Elas dão, esperando as bênçãos do céu”, continuou.

“Eu acredito que a Igreja Mórmon tem impedido o progresso global nos direitos das mulheres, direitos civis e igualdade racial, e direitos LGBTQ +”, acrescentou. “Depois de hoje, o único contato que desejo da igreja é uma única carta de confirmação para me informar que não estou mais listado como membro”, completou.

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