O narrador Linhares Júnior, que foi demitido após 13 anos de Globo, acusa a emissora de ter sofrido assédio moral e afirma que foi mandado embora após denunciar o caso para a ouvidoria. As informações são do site Notícias da TV.
De acordo com ele, o gerente de futebol, George Guilherme, o chamou de “ultrapassado” durante uma reunião.
Segundo o seu relato, ele costumava cobrir partidas paulistas na Sportv, porém, passou a perder espaço em 2019. “Após a saída dos antigos nomes que estavam no SporTV, como o Raul Costa Jr., e também com a chegada de outros gestores, comecei a notar que perdi espaço. E comecei a pedir para o George mais oportunidades em partidas da Série A, em eventos importantes”, afirmou.
Ao não ser atendido, o narrador se reportou para Joana Thimotheo, diretora de Eventos Esportivos. Ao saber do contato, George Guilherme teria se irritado. “Ele me disse que eu não precisava mandar e-mail para ela, porque pareceu que estava passando por cima dele. Pedi desculpa se ele entendeu que foi essa a intenção, mas ela era gestora de todos nós. Depois disso, senti que perdi ainda mais espaço, mas que iria trabalhar em 2020 para recuperá-lo”, apontou.
Após a pandemia, ele ficou duas semanas sem ser escalado e solicitou uma nova reunião com George Guilherme. Nessa oportunidade, ele alega que sofreu assédio moral. Ao pedir novamente oportunidades, Linhares Júnior alega ter ouvido de Guilherme que ele seria um narrador “ultrapassado”, com um estilo antigo e que não cabia mais na TV.
“Eu me coloquei à disposição para ir ao Rio de Janeiro, onde se tem mais estúdios para transmissão, e ouvi que era um narrador com um estilo antigo e ultrapassado. Me senti humilhado. Fiz a denúncia na ouvidoria da Globo e, 20 dias depois, fui chamado para uma reunião. Falei com um amigo: ‘Ou irão me dar uma bronca ou vão me demitir’. Me demitiram”, relatou.
Linhares Júnior estuda agora um processo contra a emissora. A Globo, por sua vez, apontou, em nota enviada ao “Notícias da TV”, que a demissão de Linhares Júnior já era planejada desde o mês de julho e que não comenta assuntos de compliance, mas que encoraja seus funcionários a denunciarem casos de assédio.