Wanessa Camargo relembrou os traumas do passado, quando começou a carreira artística aos 17 anos fazendo sucesso com o hit “O amor não deixa”. A cantora abriu o coração e revelou como teve que lidar com as críticas por ser filha de Zezé Di Camargo.
“Quando fui fazer meu primeiro show, estava com muito medo. Tinha certeza que ia ser um sucesso, e a primeira música estourou. Eu aprendi fazendo, cometi muitos erros, foi muito rápido. Meu pai tinha esse poder de me colocar nos programas, mas eu não tinha essa qualidade técnica e, muitas das vezes, derrapava. Foi aí que surgiram: ‘Wanessa não canta…’. Isso me afetava, me afetou mais do que eu podia imaginar”, desabafa ela no documentário “É o amor: Família Camargo”, numa plataforma de streaming.
Ela lembra que, na época, sofria também por conta das comparações com Sandy: “Comecei a ver uma comparação com uma artista que eu gosto muito, a Sandy. Fizeram um negócio que acabou virando uma forma de marketing. E eu me sentia mal com isso. Eu gostava muito de Sandy e Junior. Eu era fã, eu ia nos shows deles. E isso me machucava, porque tinha medo de ela achar que eu queria imitar ela”.
Problema com álcool e relacionamentos abusivos
Wanessa contou que, por conta das comparações, se tornou ainda mais insegura do que já era: “Aquilo tudo que estavam falando, eu também acreditava. ‘Que ela (eu) não cantava… Que não era talentosa… Que só estava ali por ser filha de quem era…. Aquilo eu acreditava também, porque eu não acreditava em mim”, desabafou.
“E eu sempre reagia com um: ‘não vão me derrubar’. Em vez de tratar aquela falta de amor próprio, eu comecei a ser agressiva. Tem uma fase da carreira que começo a ter problema com álcool, relacionamentos errados e abusivos…”.
Crise de pânico
A cantora conta que começou a fazer terapia no ano passado, durante a pandemia, e relata que sofre de crise de pânico desde os seus 22 anos e que foi diagnosticada com transtorno de ansiedade. Desde então, contava com a ajuda de remédios para manter sua saúde mental e sair de um período de crises.
“O pânico não vem, ele só explode na hora. Mas ele começa a ser construído mentalmente muito antes. É quando eu já estou num grau que eu perdi e razão e eu acredito que estou morrendo. Você sente taquicardíaco, falta de ar, aperto no peito, seu corpo todo formigar e dar choque. Não acredito que um dia eu possa estar em paz com isso e não olhar para trás e sentir mais esse pânico”.
Em outro trecho do documentário, Wanessa desabafa com o pai, chorando. “Você se sentir uma bosta como ser humano, se sentir incapaz, fracassada. (…). Acho que vou morrer”.