Se você pensa que o Big Brother Brasil é apenas entretenimento, saiba que ele também é informação (ou quase isso). Logo no primeiro dia no confinamento, a participante Brunna Gonçalves, do camarote, ensinou uma técnica para que os outros participantes possam “fazer cocô sem feder”.
Em conversa dentro da piscina, ela disse que aprendeu a técnica com a esposa, a cantora Ludmilla. “As coisas que a Ludmilla me ensina, fazer cocô sem feder (risos). É assim: você faz cocô, quando sentir que seu cocô já vai bater na água, já aperta a descarga”, ensinou.
Após o espanto dos outros confinados, ela explicou um pouco melhor: “não limpa primeiro, dá descarga. Depois já vai descer, você limpa e pronto, não vai ficar fedendo. É sério, parece que o cheiro já vai junto”, explicou a dançarina.
Mas a pergunta que não quer calar é: será que a técnica funciona? Para tirar essa, que pode ser a dúvida de muitas pessoas, Tilt foi atrás de um especialista para responder se ela realmente não falha.
Logo de cara, você deve saber que sim, é possível que a solução encontrada por Ludmilla (e replicada por Brunna) dê certo. Mas isso depende de algumas condições, como não ter gases.
“Se as fezes têm mau cheiro, quanto antes ‘se livrar’ delas, melhor. Ou seja, quanto menos tempo para os compostos voltarem, menos vai feder. Mas é claro que, se houver saída de gases também, o benefício da descarga rápida não é tão grande”, explicou Ernesto Rezende Souza, doutor em química pela Unicamp.
Contudo, o especialista pondera que utilizar da técnica pode não ser tão saudável. “O problema disso é que a descarga lança muitas gotículas para o alto, e a pessoa pode acabar se contaminando com o spray que ocorre durante a descarga”, ressalta.
“Se alguém quiser mesmo fazer um ‘serviço rápido e inodoro’, precisa primeiro torcer para não soltar gases e, segundo, se levantar, tampar o vaso e dar descarga. Isso ajuda a se livrar do cheiro e da causa dele”, finaliza o especialista.
Dar descarga sem espiar não é aconselhável
Sim, se você decidir optar pela técnica ensinada no BBB, pode estar negligenciando sua saúde. Isso porque é preciso olhar com atenção para as fezes, já que seus diversos aspectos podem ser pistas para uma série de problemas.
“A cor, formato e consistência delas podem nos ajudar a entender o processo digestivo como um todo e a detectar eventuais inflamações, doenças digestivas ou até mesmo tumores”, afirmou ao Viva Bem Ricardo Barbutti, gastroenterologista do HC-FMUSP (Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
O assunto é levado tão a sério pela comunidade médica que pesquisadores criaram uma escala de cocô de 1 a 7, a chamada Bristol Stool Chart (ou escala de fezes de Bristol), uma maneira simples e rápida de você avaliar suas fezes.
O formato do cocô pode nos dizer muito sobre nossa saúde, especialmente sobre a do intestino. “Ele reflete a consistência das fezes e eventuais problemas como constipação crônica”, disse Bruno Zilberstein, gastroenterologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
“Normalmente, aquelas fezes que lembram as de cabrito, em bolinhas, podem sugerir um quadro de constipação crônica, que geralmente está associado a uma lentidão na contração do intestino grosso”, disse Ricardo Barbutti.
Portanto, antes de pensar em esconder o cheiro, é melhor olhar com atenção para identificar algum sinal e identificar se está tudo bem.