Viúva de dono de cartório admite à polícia que encomendou crime

A escrevente disse que a situação ficou ainda mais insustentável e “não aguentava mais a presença dele”. Por isso, conforme acrescentou, no dia 27 de dezembro, encontrou-se com Ana Claudia, a quem entregou dois controles do portão e a chave da porta da sala da residência.

No dia seguinte, perto do horário combinado para o crime, Alyssa foi para a igreja com os três filhos. Na ocasião, dois criminosos invadiram a residência, algemaram Luiz Fernando com as mãos para trás e roubaram a camionete dele. Ele foi levado para um canavial, em Rubiataba, onde foi morto a tiros.

A polícia encontrou o corpo do dono do cartório, na madrugada do dia 29 de dezembro. A camionete dele, uma Toyota SW-4 branca, foi recuperada pelos investigadores, em seguida.

Presos

Veja as pessoas presas pelo crime:

Alyssa Martins: viúva do dono do cartório, é investigada por ser a mandante do crime. Tem três filhos com Luiz Fernando, com quem se casou em 22 de julho de 2013. Ela trabalhava no cartório como escrevente substituta. A família vivia em Rubiataba.

Ana Claudia Silva: comerciante e apontada como amante de Alyssa, com quem teria planejado o crime.

André Luiz Silva, de 30 anos: dono de garagens de veículos em Anápolis e Campo Limpo de Goiás, onde mora há sete meses. É agiota e investigado por recrutar comparsas para roubar a SW-4 do dono do cartório e matá-lo.

Edvan Batista Pereira, de 23 anos: ligado a criminosos do PCC em Goiás, é investigado por ser autor dos 17 disparos contra o cartorário. Ele, que mora em Pirenópolis (GO), disse à polícia que conheceu André no presídio de Anápolis e que aceitou a proposta dele para quitar uma dívida de R$ 2,5 mil, além de receber mais R$ 2,5 mil. Outros R$ 5 mil deveriam ser repassados a outro comparsa.

Laurindo Lucas Gouveia dos Santos, de 21 anos: também é morador de Pirenópolis (GO) e disse à polícia que se envolveu no crime após receber mensagens por WhatsApp e ligação de Edvan para levá-lo de carro até Rubiataba e deixá-lo na cidade. No entanto, afirmou que, no percurso foi surpreendido pela informação de que teria de participar do roubo e do assassinato.

“Ameaças”

O advogado Roberto Rodrigues, que representa Ana Claudia, disse ao Metrópoles que deve pedir ao Judiciário a revogação da prisão de sua cliente, presa em Goiânia. Segundo ele, depois do crime, ela havia ido para a capital goiana por sofrer supostas ameaças.

“Ela estava morando em Rubiataba, cidade pequena, e se sentiu pressionada, porque houve ameaças”, afirmou Rodrigues.

A advogada Fabiana dos Santos Alves Castro, que representa a viúva, disse que pediu a revogação da prisão de sua cliente, o que foi indeferido pelo Judiciário. Alyssa e Ana Claudia estão no presídio de Barro Alto de Goiás.

O Metrópoles não encontrou contato das defesas de Edvan, Laurindo e André, que estão presos na unidade prisional de Rubiataba. O portal não conseguiu o contato da família de Luiz Fernando, mas o espaço segue aberto para manifestações.

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