Em sessão da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta quarta-feira (9), o deputado Luís Tchê (PDT) usou seu tempo de fala para convocar uma audiência pública com pecuaristas e frigoríficos e discutir a ‘pauta do boi’.
O parlamentar citou que o Acre conta hoje com um rebanho de 4,2 milhões de cabeças de gado, com 97% disso declarado. Esta semana, Tchê se reuniu com o secretário de Casa Civil, Rômulo Grandidier e também com representantes dos frigoríficos e levou ao plenário o problema que estão enfrentando:
“O produtor, o pecuarista, o fazendeiro, não consegue tirar os gados do estado. Segundo eles tem demanda reprimida dos próprios frigoríficos, já os frigoríficos falam diferente. Precisamos ir em mente de unir pra gente ir sempre pelo melhor caminho. Tem frigorífico que tá dando férias aos funcionários para reduzir as despesas”.
Em 2022, o Acre exportou cerca de 8 mil cabeças de gados para o Amazonas e Rondônia. No ano de 2021, foram um total de 350 mil cabeças e em 2020, 204 mil. Segundo Tchê, nesses últimos anos houve uma redução na venda de fêmeas por conta da alta do preço do bezerro e da arroba do boi. Mas o aumento do preço bezerro, somado ao aumento do frete e de combustível tornou inviável a venda para fora do estado:
“Se o pecuarista não consegue vender o boi que tá no pasto, não vai repor bezerro e o volume deles nesse ano provavelmente deve aumentar. Basta ver a oferta de 1,5 mil bezerros e não tem venda. Com isso, o pequeno produtor que não tem onde vender, precisa desocupar as matrizes, desmamar os bezerros e colocar no mercado e ele não tá conseguindo. A conta não tá fechando porque quem produz o bezerro e tá com demanda reprimida não consegue pagar um financiamento no banco, não consegue fazer a compra de insumos, melhoria de pasto, uma cerca, um investimento, não tá conseguindo e esse bezerro que até então era R$ 2.200, tá vendendo pra R$ 1.900, R$ 2 mil”.
