Em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, o ginecologista Renato Kalil disse que sua esposa Ilana Kalil, encontrada morta na madrugada da última segunda-feira (14/3), deixou cartas de despedida para a família. Ele mencionou ainda que ela demonstrava uma “irritabilidade frequente” e estava sendo acompanhada por um médico psiquiatra.
Kalil detalhou à polícia o que aconteceu naquela noite, antes da morte de Ilana.
O médico relatou que ela ficou “revoltada” por ter que apagar sua conta no Instagram por “questões que o casal vinha enfrentando”.
Em dezembro do ano passado, Renato Kalil foi acusado de violência obstétrica por uma paciente. Depois, outras mulheres fizeram denúncias semelhantes. O médico negava as acusações.
No depoimento à polícia, Kalil alegou que a esposa passou 40 minutos sem conseguir dormir, até que desceu para a sala, enquanto ele ficou no quarto.
Antes de subir para dormir, o médico disse que ele e a esposa tiveram uma “pequena discussão”. O depoimento registrado pela polícia, no entanto, não detalha o teor da conversa.
Às 3h36, segundo ele, Ilana ligou para o marido para se despedir e mandou mensagens. Logo depois, ele disse que escutou um barulho de tiro. Por isso, diz o médico, desceu rapidamente para a sala e, lá, se deparou com o corpo da esposa estirado no sofá.
Arma ao lado de Ilana
Em seu depoimento, Kalil contou que tentou verificar o pulso da mão esquerda de Ilana, e que a arma estava ao lado da mão direita dela.
O médico disse que colocou uma almofada sobre o rosto da mulher para que as filhas não a vissem morta, e ligou para a polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais foram acionados para atender a uma ocorrência de tentativa de suicídio e, quando chegaram ao local, encontraram a mulher com um revólver calibre 357 próximo à mão direita.
O policial militar também relatou que achou ao lado do corpo “uma garrafa de bebida sobre a mesa e uma carta de despedida ao lado”.
O revólver, segundo o médico, era do pai de Kalil e estava com a documentação em dia.