Acreana de 27 anos ganha repercussão nas redes sociais trabalhando como servente de pedreiro

Ela acorda cedo todos os dias, arruma o cabelo com aplique, retoca os cílios postiços, põe uma maquiagem leve para valorizar as sobrancelhas bem delineadas e segue para o trabalho. Ao chegar pontualmente, começa a arrumar o ambiente para que seu chefe chegue e já dê início serviço. Essa é a rotina de Joelma Iumbato Gonçalves, acreana de 27 anos que trabalha como servente de pedreiro numa obra no bairro Placas, em Rio Branco.

Joelma foi flagrada pelas lentes do jornalista Altino Machado e sua história ganhou repercussão nas redes sociais. A chamada no Facebook de Altino é forte e verdadeira: “trabalhadora Joelma”. “Eu trabalho desde cedo para me manter e preciso trabalhar para manter minha filha. Moro de aluguel e temos que pagar as contas. Onde eu encontrei trabalho foi na obra e não vejo problema com isso, por eu ser mulher”, comentou.

Além de cuidar da beleza, como confirmou à reportagem de ContilNet que gosta de fazer, Joelma usa uma cinta de proteção para a coluna. “Só consigo trabalhar com a cinta, porque além da questão da coluna, preciso cuidar dos meus rins. Tenho esse problema de saúde, mas como falei, não posso parar de trabalhar. Quando a dor ataca, eu tomo um chá, uma dipirona e sigo sorrindo”, explicou.

“Sempre tem que manter a autoestima. Se não deu certo hoje, amanhã vai dar!”, fala de Joelma. Foto cedida

Natural de Santa Rosa do Purus, ela veio para Rio Branco quando tinha 16 anos. “Não vi oportunidades lá e vim pra cá trabalhar”, lembrou. Joelma estudou até o segundo ano do ensino médio e abandou os estudos para trabalhar. “Eu tenho duas filhas, uma de 12 anos que vive em Santa Rosa com a família do pai dela e outra de cinco, que vive comigo. Não tive escolha, parei de estudar. Mas desejo retomar, ter uma vida melhor”, afirmou com convicção.

Mãe solteira, ela batalha todos os dias para conseguir pagar o aluguel da casa onde vive e alimentar a filha. É mulher religiosa e dedicada à família. “Eu já fiz de tudo, fui auxiliar de cozinha, vendedora, faço faxina, já trabalhei outras vezes na construção. A gente deixa currículo nos lugares, mas hoje está tudo muito difícil”, lamentou.

Quando a reportagem perguntou que tipo de emprego ela gostaria de ter, respondeu rápido que gosta de trabalhar na cozinha. “Meu sonho é ter uma pensão, ou um restaurante, abrir meu próprio negócio. E sonho maior ainda é conseguir minha casa própria. Viver de aluguel é uma prisão”, falou.

Joelma com sua filha na igreja. Foto cedida

O terreno para conquistar o sonho da casa própria ela já conquistou, agora está trabalhando para iniciar a construção. Com a sua determinação e experiência em obras, ninguém pode dizer que ela não realizará.

 

 

 

 

 

 

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