Quem escuta “Boiada” no remake da novela Pantanal pode acreditar que ela foi escrita especialmente para o Velho Joventino, conhecido também na trama como “Velho do Rio”. Mas, a verdade é que a canção nasceu muito antes e é de autoria de Renato Teixeira com o cantor sul-mato-grossense Almir Sater.
A parceria que já rendeu tantas canções maravilhosas (“Tocando em Frente”, “Um Violeiro Toca”) concebeu “Boiada” em 1986. A letra fala sobre um homem, peão, que “foi levando boi, um dia ele se foi, no rastro da boiada”.
Ao g1MS, Almir Sater celebrou a inclusão de “Boiada” no remake e contou que a canção sequer esteve entre as opções da primeira versão. É que, embora tenha sido composta na década de 1980, só foi apresentada ao autor da produção televisiva cerca de 5 anos depois de Pantanal ir ao ar.
Sater conta ainda que na época em que ele foi convidado para a primeira versão, Sérgio Reis – que vivia Tibério no original – estava com o repertório praticamente fechado. “Puxa, foi uma confusão, eu cheguei depois em Pantanal, Sérgio estava com o repertório muito pronto, praticamente já estava decidido, nem lembrei da ‘Boiada’. Contei essa história para o Bruno [autor da nova versão da novel], aí o ele decidiu recuperar esse momento”, diz.
Almir também acredita que “Boiada” tem tudo a ver com o pai de Zé Leôncio, que some no rastro dos bois e vira uma espécie de entidade mágica protetora e respeitosa ao bioma. “Ela foi feita antes da novela, essa é a cabeça do Renato Teixeira, ele vê as coisas lá na frente, criou essa lenda do nada e serviu como uma luva para o Velho Joventino”, afirma.
‘Uma das primeiras’
Renato Teixeira, que fez uma participação recente em Pantanal como Quin, explica que “Boiada é uma música muito antiga, minha e do Almir, uma das primeiras. É uma história fictícia que a gente inventou”, rememora.
“Incrível que depois o personagem apareceu, mas a gente não fez pensando no pai do Zé Leôncio, só coincidiu”, explica.
O cantor e compositor paulista que celebra 77 anos nesta sexta-feira (20), comenta que as músicas escritas ao lado de Almir Sater têm essa pegada mais pantaneira mesmo.
Apesar do carinho pela canção, Renato não lembra em que situação ela foi escrita. “Foi uma música que veio muito rápida, foi uma das primeiras mesmo. Não acompanhei a repercussão, mas acho que a música tem a visibilidade que ela merece ter. É uma música muito boa, que enriquece muito o repertório sertanejo. Tenho muito orgulho de ter feito essa letra”, acrescenta Renato.