Google Analytics é banido em três países europeus por violar privacidade de usuários na web

Google está na mira de órgãos reguladores de mercado da União Europeia, e na última sexta-feira (24), um novo episódio marcou a perda de milhares de plataformas que utilizam o Analytics, sua ferramenta dedicada a desenvolvedores que coleta estatísticas de tráfego em sites. O serviço foi banido na Itália após ser declarado como ilegal na Áustria e França.

De acordo com o governo italiano, a decisão foi tomada em vista da coleta de informações sensíveis de usuários — incluindo endereços de IP e, portanto, sua localização — por meio de cookies. Os dados eram transmitidos aos servidores do Google nos Estados Unidos, representando um risco à privacidade de vários usuários da web.

As autoridades dizem que as práticas do Google violam o Regulamento Geral de Proteção de Dados (“GDPR” ou “General Data Protection Regulation”), um conjunto de leis que impedem empresas de armazenarem informações pessoais sem consentimento.

O banimento do utilitário é justificado com base no caso Schrems II, caracterizado por uma série de processos judiciais que restringiu a transferência de dados para fora da União Europeia. Os países do conglomerado estão aos poucos aderindo a essa nova realidade e o mais recente episódio é o banimento do Analytics na Itália.

O Google planeja desativar a plataforma Universal Analytics, uma versão antecessora do Google Analytics, em outubro de 2023. A questão é que a maioria dos sites ainda utilizam esse motor de estatísticas para atribuir perfis aos seus visitantes e não optaram pelo “Analytics 4” que, apesar de ser mais restrito, ainda coleta um grande volume de dados.

Quanto aos cookies, a expectativa é que a empresa substitua esse método de rastreamento por uma nova solução menos invasiva, mas que ainda deve enfrentar objeção de órgãos reguladores. Em nota relacionada, o Google e a Apple serão investigados pelo governo nos Estados Unidos por suposto rastreamento abusivo no Android e iOS.

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