Indígenas de diferentes etnias têm guiado as equipes oficiais integradas por homens da Polícia Federal, Exército e Marinha nas buscas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista Dom Phillips, desaparecidos no Amazonas. O grupo de indígenas, que faz uma investigação por conta própria, foi responsável por achar os pertences dos dois e também por encontrar o barco de Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, investigado pelo desaparecimento. Em seguida, as autoridades foram informadas. Nesta quarta-feira (15), as buscas completam 11 dias – 10 pelas autoridades oficiais.
Os indígenas começaram as buscas pelos dois no dia do desaparecimento, em 5 de junho. Eles chegaram a montar um acampamento flutuante e itinerante na região onde Bruno e Dom foram vistos pela última vez (Veja o vídeo acima).
De acordo com o assessor jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Yura Marubo, participam dos trabalhos indígenas das etnias Marubos, Maiurunas, Matis, Kulinas e Kanamaris. O grupo tem cerca de cem voluntários, que atuam em uma área de 10 Km.
Os indígenas montaram equipamento na margem esquerda do Rio Itaquaí. Lá, eles fazem um trabalho minucioso de investigação, tanto no solo quanto no rio. Ao encontrar algo que tenha o mínimo vestígio de ligação com o desaparecimento de Bruno e Dom, eles acionam a coordenação da Univaja que, posteriormente, informa às autoridades competentes.
Segundo Yura, as equipes de indígenas que participam das buscas foram treinadas pelo próprio indigenista Bruno Pereira durante uma atividade da Univaja, no passado. Agora, são elas que procuram pelo instrutor e contam com o reforço de equipamentos via satélite.
“Chegaram equipamentos, como telefones via satélite de última geração, e esse equipamento está com essa nossa equipe que foi treinada pelo próprio Bruno. Além disso, a gente também conta com outros georreferenciamentos e vamos investir em tudo o que a gente pode para acha os dois”.
Protestos pedem solução do caso
Na segunda-feira (13), indígenas de Atalaia do Norte fizeram uma manifestação em apoio a lideranças da Univaja. O ato também ocorreu em solidariedade às famílias dos desaparecidos.