Gloria Perez enfrentou a dor pela morte da filha Daniella Perez (1970-1992) e prometeu mostrar “fatos soterrados” sobre o crime na série documental Pacto Brutal, da HBO Max. Nesta quarta (6), a novelista adiantou detalhes da produção e explicou o motivo pelo qual decidiu revisitar o trauma do passado.
“Dói demais reviver tudo isso, mas é necessário que se conte essa história como ela realmente aconteceu. Por muitos anos, até o julgamento, os assassinos contaram muitas versões na tentativa de se safarem. Nenhuma ficou de pé na hora do júri”, considerou Gloria em depoimento enviado ao programa A Tarde É Sua, da RedeTV!.
A autora de novelas da Globo recordou os assassinos da filha em depoimento ao jornalista Bruno Tálamo:
Os dois, Guilherme de Pádua e Paula Thomaz –hoje, Paula Peixoto– foram condenados por homicídio duplamente qualificado e, na sentença, o juiz sublinhou a crueldade no cometimento do crime, a premeditação bem como a personalidade distorcida e perversa de ambos.
“A proposta da Tatiana Issa [diretora da série] e da HBO foi se ater aos autos do processo, trazer a público o conteúdo dele, de modo que todos possam entender, de uma vez por todas, o que aconteceu, como aconteceu e porque os dois assassinos foram condenados por homicídio duplamente qualificado”, prosseguiu a dramaturga.
Por isso, abri meu arquivo. Não há segredo a ser revelado. O que há são os fatos reais que ficaram soterrados por uma avalanche de versões fantasiosas apresentadas pelos criminosos ao longo de muitos anos.
“O que a série promete trazer de novo, e confio que traga, não é a versão nem a opinião de ninguém. São os autos do processo que os condenou”, complementou Gloria.
Em 1992, Gloria escrevia De Corpo e Alma (1992), sua primeira novela solo no horário nobre da Globo. Daniella era uma das personagens do folhetim e fazia par romântico com o mocinho vivido por Guilherme De Pádua, condenado por seu assassinato junto da então mulher, Paula Thomaz.