O Solidariedade, partido que integrava a coligação nacional que elegeu o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva no último domingo, no Acre liberou os seus filiados e militantes para que votassem em qualquer um dos dois candidatos na disputa. A medida foi tomada com autorização a direção regional por respeito ao eleitor.
O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira (1) pelo ex-deputado estadual Moisés Diniz, presidente regional da sigla, em comunicado em suas redes sociais. Para Diniz, é necessário respeitar a dor de quem perde a eleição – no caso, o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores. “O diálogo é a única ponte do Acre”, disse o ex-deputado em seu comunicado. “É preciso respeitar a dor de quem perde e aceitar a alegria de quem ganha”, acrescentou.
Diniz lembrou que o governador reeleito do Acre, Gladsn Cameli, a quem o Solidariedade apoiou, “foi grato a Jair Bolsonaro e lutou até o fim pela sua reeleição. Mas, decidida a eleição pelo voto popular, Gladson parabenizou a vitória de Lula e expressou a sua disposição de trabalhar juntos pelo Acre e pelo Brasil. Isso é democracia e respeito ao voto do povo brasileiro”, acrescentou o ex-deputado.
De acordo com o dirigente, Gladson Cameli fez diferente, como sempre. “O Acre é muito, muito pobre e muito pequeno para ter político federal fazendo oposição radical em Brasília. Quem fez isso no governo que acaba, não se saiu bem”, afirmou.
Para ele, no Acre, todos precisam ter humildade para aceitar o resultado: vitória de Lula no Brasil e vitória alta de Bolsonaro aqui, incluindo a vitória impactante do Gladson. “Quem não souber equacionar esses três resultados, pode errar na dose, seja ‘administrando’ a vitória de forma arrogante (‘vendendo’ uma influência que não terão), seja ‘congelando’ a derrota, incapazes de ficar abaixo dos interesses dos acreanos”, disse.
De acordo com Diniz, os três resultados eleitorais citados por ele são simbólicos: “todos terão que sentar à mesa, porque ninguém será dono absoluto das portas de Brasília e nem das terras de Galvez. Quem souber ser mais amplo e mais pacificador e, de verdade, tiver humildade política, será recompensado pelo povo, que quer apenas melhorar sua vida, já que a vida dos políticos está resolvida”, disse.
O ex-deputado citou o governador Gladson Cameli e a ex-ministra Marina Silva, deputada federal eleita pela Rede em São Paulo, como exemplos de humildade em vitórias eleitorais. “São dois exemplos de como administrar o poder, sem humilhar quem perde ou ‘vender’ mercadorias que não são suas”, explicou.