Afundamento de porta-aviões pela Marinha causa nova crise entre Lula e Marina

Uma segunda rusga entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a acreana Marina Silva, sua ministra do Meio Ambiente, pode ter ocorrido na última sexta-feira (3), com o afundamento autorizado, pela Marinha do Brasil, do porta-aviões São Paulo.

É que a ministra não queria o afundamento do rio no Oceano Atlântico em função de forte carregamento de elementos tóxicos, como Amianto, em sua fuselagem, mas o presidente acabou arbitrando o caso em favor da Marinha do Brasil e contra a vontade da ministra.

A primeira rusga de Marina com Lula, de acordo com o Portal Poder 360, teria se dado quando o presidente anunciou na Argentina a decisão de oferecer financiamento brasileiro para o governo do país vizinho construir um gasoduto que vai transportar gás de xisto, cuja exploração é altamente poluente, segundo Marina.

Ao contrário do que queria a ministra, a operação de afundamento do navio foi concluída a 350 km da costa e a embarcação, que tinha 9,6 toneladas de amianto, ficará depositada numa área com 5.000 metros de profundidade. Marina Silva lutou, dentro do Governo, para que esta operação não ocorresse.

No entanto, Lula arbitrou a favor da decisão da Marinha, contrariamente ao que defendia a ministra do Meio Ambiente. A Marinha argumentou que o custo para manter o porta-aviões estabilizado ao longo da costa era alto e que isso poderia causar ainda mais danos ao meio ambiente. Havia ainda o risco de o navio ficar à deriva e acabar encalhado próximo a alguma praia.

O porta-aviões São Paulo foi adquirido pela Marinha do Brasil no ano 2000, por US$ 12 milhões. Por ser um navio da década de 1960, tem em sua estrutura substâncias tóxicas que não eram proibidas na época em que foi construído, como o amianto.

Na sexta feira, o TRF-5 (Tribunal Regional Federal da 5ª Região) negou o pedido do MPF (Ministério Público Federal) para impedir que o porta-aviões fosse afundado, mas, apesar da decisão da Justiça, só depois de um longo debate interno, Lula deu a autorização. para a Marinha explodir as partes do navio que ainda estavam íntegras e assim afundar o equipamento.

Segundo nota divulgada pela Marinha, o afundamento foi realizado de forma controlada e planejada, a 350 quilômetros da costa brasileira, em uma região com cerca de 5.000 metros de profundidade.

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