O senador Márcio Bittar (União Brasil–AC) disse em Brasília, nesta sexta-feira (24), que vai procurar a senadora Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, na semana que vem, para tratar do Igarapé São Francisco e das inundações que afetam principalmente a Capital Rio Branco. O senador lembrou que o Igarapé foi uma das primeiras preocupações de seu mandato de senador e que chegou a elaborar um esboço de plano para o problema das enchentes, o qual só não foi avante porque, no Governo de Jair Bolsonaro, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (atual deputado federal por São Paulo), foi exonerado do cargo.
“Mas continuamos a insistir na ideia junto ao Ministério Meio Ambiente e, antes mesmo da atual enchente do Igarapé, já estávamos tentando falar com a ministra. Ela iria nos receber, mas, infelizmente, adoeceu. Devemos nos encontrar na semana que vem”, disse o senador.
Segundo ele, o projeto prevê contratação de uma empresa privada para estudos sobre a elaboração de um plano de contingência que não só salve o igarapé, devolvendo suas condições de um dos mananciais mais importantes da cidade, como também melhorando as condições de vida de quem vive em suas margens. Márcio Bittar lembrou que as enchentes são decorrentes sobretudo da poluição ao longo do igarapé no entorno de Rio Branco e do avanço da população para moradias em condições de riscos em suas margens. “Mas o igarapé, como agora, já atinge até ruas de bairros mais afastados e temos que atuar para impedir que isso se torne pior ao longo do tempo”, acrescentou.
Márcio Bittar disse ainda que os primeiros estudos feitos sobre o assunto revelaram a necessidade de investimentos altos e de muitos recursos públicos para um plano capaz de fazer cessar os problemas decorrentes de enchentes como a de agora. Por isso, defendeu o envolvimento de empresas estatais como a Petrobrás e do Ministério Público Federal (MPF) em acordos em que empresas a serem punidas pelo poder público tenham como punição pecuniária uma espécie de pagamento de compensação que possam render recursos a serem investidos no projeto.
“É possível haver uma espécie de compensação de multas convertidas em recursos a serem investidos para atacar problemas como este do Igarapé São Francisco”, disse o senador.
Márcio Bittar lembrou que nesta sexta-feira falou como ministro da Integração Regional, Waldez Góes, que entrou em contato com o governador Gladson Cameli e com o prefeito Tião Bocalaom, para colocar a Defesa Civil Nacional à disposição para ajudar no socorro às vítimas.
Além disso, o próprio ministro orientou para a decretação de situação de emergência na Capital para que, com isso, possam ser liberados os recursos necessários aos primeiros investimentos e ajuda às populações atingidos.
Quanto à ministra Marina Silva, Márcio Bittar disse estar certo de que, independente de ideologias e de diferenças partidárias, ela possa abraçar seu projeto em relação ao Igarapé São Francisco por acusa de suas próprias origens. “Ela hoje mora em São Paulo, mas é acreana e conhece bem do que estamos falando. Ela tem prestígio suficiente para fazer com que nossa ideia de compensação de grandes empresas possa resultar em investimentos para atacar o problema e solucionar de vez este drama a cada enchente na nossa Capital”, disse.