Grupo criminoso ameaça ‘guerra contra estado’ e faz exigências no RN

Criminosos que se identificam como membros da facção responsável por ataques no Rio Grande do Norte divulgaram um vídeo nas redes sociais com exigências para o fim dos atos de violência que aterrorizam o estado desde terça-feira (14). O Ministério Público e o governo estadual investigam o caso e tentam identificar os autores.

O que aconteceu?

Um vídeo mostra três homens mascarados, com armas de grosso calibre, reivindicando melhorias para o sistema prisional do estado;

Eles querem visitas íntimas de 15 em 15 dias e quatro visitas por mês, uma por semana;

Citam banho de sol, alimentação melhor, televisão e luz nas celas;

Exigem que autoridades investiguem o Poder Judiciário do Rio Grande do Norte por “não soltar presos do semiaberto”.

Fontes ligadas ao Ministério Público do Rio Grande do Norte afirmaram à reportagem que vão investigar o vídeo para identificar os autores. A Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Estado informou que não comentaria o conteúdo, mas que o material será investigado.

O que mostram os vídeos? Os homens fazem ameaças a policiais e autoridades do Rio Grande do Norte. “Essa guerra não vai parar enquanto tudo isso que a gente tá deixando claro não for aceito pelo governo.”

Um dos homens mascarados diz: “A gente não quer guerra, a não ser com o governo. Nossa guerra tá declarada com o Estado”. Na sequência, outro cita agentes penitenciários e policiais — chamados por ele de “opressores”. “A gente não vai parar mais, não, enquanto o direito pros nossos irmãos que tá lá dentro não for aceito.”

Os homens mascarados afirmam que juízes de execução do estado estariam dificultando a progressão de presos para o regime semiaberto. “O STF pode analisar direitos humanos e os órgãos competentes também.

Só queremos tirar uma cadeia dignamente.” Eles exigem ainda que sejam investigados integrantes do sindicato dos agentes penitenciários, servidores do sistema carcerário e do Poder Judiciário.

Os homens citam ainda a penitenciária Rogério Coutinho Madruga e dizem que a unidade tem “celas superlotadas, muito quentes, temperatura 40 a 50 graus.”

Segundo eles, o presídio deve ser “desativado por falta de condições de os presos cumprirem uma pena dignamente, os agentes brigam com os presos de enforcar, joga dentro de um cativeiro cheio de spray de pimenta.”

Governo transfere 9 presos para prisões federais

Nove presos pelos ataques foram transferidos do presídio Rogério Coutinho, localizado no Complexo de Alcaçuz, para penitenciárias federais.

A ação foi feita pela Focopen (Força de Cooperação Penitenciária) da Secretaria Nacional de Políticas Penais, ligada ao Ministério da Justiça. O pedido de transferência é do Ministério Público do Rio Grande do Norte.

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