Brasileiro terá que trabalhar 147 dias para pagar impostos em 2023

Estudo revelou que trabalhador brasileiro terminou de pagar impostos em maio

Brasileiros assalariados trabalharam até este sábado, 27, apenas para pagar impostos neste ano. São 147 dias de trabalho para dar conta dos tributos, dois a menos do que em relação ao ano passado. O resultado, que tem tido pouca variação nos últimos anos, é o mesmo do registrado em 2009.

O estudo foi realizado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), que apontou também que a tributação sobre a renda, o patrimônio e o consumo representa 40,28% do rendimento médio do brasileiro.

A redução de dois dias no resultado deste ano se deve, segundo o relatório do estudo, principalmente à sanção da lei que limitou a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo, impedindo a compensação destes valores pelos estados.

Como funciona o cálculo?

O presidente do IBPT, João Eloi Olenike, explicou ao Terra que o estudo leva em consideração tributos sobre salário (IR, INSS, contribuições sindicais); consumo (PIS/CONFINS, IPI/ICMS, ISS); patrimônio (ITCMD/ITBI, IPVA, IPTU) e tributações diversas (limpeza, coleta de lixo, alvará, passaporte etc). O período analisado foi de março de 2022 a abril de 2023.

Para chegar ao cálculo de número de dias trabalhados, os economistas pegaram algumas faixas de renda e subtraíram a porcentagem dos tributos devidos. As faixas de rendimento consideradas foram R$ 3 mil (classe baixa), R$ 10 mil (classe média) e acima de R$ 10 mil (classe alta).

Dias trabalhados por brasileiros para pagar impostos nos últimos anos

Ano Dias trabalhados para pagar impostos
2023 147 dias
2022 149 dias
2021 149 dias
2020 151 dias
2019 153 dias
2018 153 dias
2017 153 dias
2016 153 dias
2015 151 dias

ICMS é a maior carga tributária

Conforme João Eloi Olenike explica à reportagem, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é o imposto que carrega a maior carga tributária no bolso do brasileiro. Esse imposto é estadual e varia de Estado para Estado.

“A maioria dos produtos tem alíquota de 19% no Paraná. Em outros estados, consegue ser até maior que isso”, diz. Eloi aponta que este tributo incide em quase todos os gastos diários e recorrentes do brasileiro. “Se você acende a luz, você já está pagando ICMS na eletricidade”.

“Eu diria que é o mais importante entre todos os outros, porque ele funciona na tributação sobre o consumo e faz com que os produtos fiquem realmente bem mais caros”, conclui o presidente do IBPT.

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