Inédito: acasalamento de tatu-canastra em vida livre é flagrado pela primeira vez; veja vídeo

Até então não havia registros na ciência de imagens da cópula

O vídeo de dois tatus-canastras acasalando na beira de uma estrada de terra viralizou nas redes sociais. De autoria desconhecida, as imagens são impressionantes e, acima de tudo, valiosas para a ciência.

De acordo com ele, durante os anos de pesquisa câmeras fotográficas flagraram cenas que mostravam um suposto acasalamento, mas sempre com as fêmeas em movimento. “Isso é característico dos tatus. O tatu-peba, por exemplo, às vezes copula andando. Então ter acesso a todas essas novas informações a partir desse novo registro, como o posicionamento da fêmea parada, é algo importante e novo para os nossos estudos”, diz.

“Esse vídeo é absolutamente inédito e excepcional. O projeto tatu-canastra existe desde 2010 para estudar a espécie e nunca flagramos nada parecido. É a primeira vez que vemos a cópula de tatus-canastra em vídeo dessa maneira”, explica o pesquisador Arnaud Desbiez, coordenador do projeto.

Além de ser um animal de hábitos discretos e noturnos, com pouca sobreposição de hábitat, o que já dificultaria o flagrante do acasalamento, o evento se torna ainda mais raro pelo fato de que a espécie atinge a maturidade sexual somente entre os setes e nove anos de idade.

O tatu-canastra se orienta pelo olfato, pois a visão dele não é eficiente. — Foto: Murillo Couto / VC no TGO tatu-canastra se orienta pelo olfato, pois a visão dele não é eficiente. — Foto: Murillo Couto / VC no TG

“Depois disso, as fêmeas têm apenas um filhote a cada três ou quatro anos, com uma gestação que dura em média cinco meses, por isso também que é muito difícil filmar momentos de cópula”, esclarece Desbiez.

“Os tatus-canastra podem viver mais de 20 anos e atualmente estão ameaçados de extinção, na categoria ‘Vulnerável”.

O tatu-canastra é espécie típica do Cerrado, mas também pode ser encontrada em outros biomas. — Foto: Murillo Couto /VC no TGO tatu-canastra é espécie típica do Cerrado, mas também pode ser encontrada em outros biomas. — Foto: Murillo Couto /VC no TG

Um estudo morfológico, realizado pelo projeto com o foco no dimorfismo sexual do tatu-canastra, apontou que há poucas diferenças entre os sexos, porém, uma delas é que as patas traseiras dos machos são maiores e mais longas. “Com o vídeo conseguimos entender que o motivo está relacionado com o movimento de acasalamento, já que para alcançar a fêmea o macho fica quase que na ponta dos pés”, acrescenta.

Em relação ao órgão reprodutor masculino, o tatu-canastra tem um dos maiores pênis (em média 30 centímetros), proporcionalmente ao tamanho do corpo, dentre todos os mamíferos terrestres. “O pênis do tatu-canastra é muito longo e o interessante é que o tamanho nos ajuda a identificar a idade do animal, já que o órgão reprodutor cresce até o indivíduo atingir a fase adulta, que é por volta dos oito anos”, explica.

Veja o vídeo no link: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2023/05/05/inedito-acasalamento-de-tatu-canastra-em-vida-livre-e-flagrado-pela-primeira-vez-veja-video.ghtml

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