Juíza que afastou Jorge Viana de cargo já sofreu ameaças de bolsonaristas

Jorge Viana foi afastado do cargo na última segunda-feira (22) e a decisão atende a um pedido do senador Flávio Bolsonaro

A juíza Diana Wanderlei, responsável por anular a posse de Jorge Viana como presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), já foi ameaçada por contrariar uma determinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, segundo o UOL.

VEJA MAIS: URGENTE: Justiça anula posse de Jorge Viana na Apex por não falar inglês

Na época, Bolsonaro mandou retirar radares das rodovias federais e Diana determinou a suspensão da medida.

Jorge Viana em agenda no Acre, na condição de presidente da Apex/Foto: ContilNet

Após contrariar a decisão de Bolsonaro, Diana Wanderlei passou a ser alvo de ataques e ameaças de bolsonaristas nas redes sociais. Na época, a juíza disse ao portal Metrópoles que aquela tinha sido a primeira vez em que foi ameaçada “de forma audaciosa” por fazer seu trabalho, mas ressaltou que não se deixaria intimidar.

Na ocasião, a juíza solicitou mais estudos técnicos que embasassem a medida. Devido às ameaças, a juíza precisou excluir seu perfil no Instagram e reportou o caso à Polícia Federal para investigação. Contudo, não mencionou o então presidente Jair Bolsonaro por entender que os ataques foram feitos por pessoas que confundem parecer técnico com questões políticas.

Diana Wanderlei é juíza da 5º Vara Federal do Distrito Federal. Foto: Reprodução

A juíza Diana Wanderlei suspendeu na última segunda-feira (22) a posse de Jorge Viana na presidência da Apex-Brasil por falta de inglês fluente. O acreano tem o prazo de 45 dias para provar que fala fluentemente o idioma.

SAIBA MAIS: AGU vai recorrer de decisão que anulou posse de Jorge Viana na Apex

A decisão atende a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que acionou a Justiça para tentar reverter a nomeação. No recurso, o filho de Bolsonaro disse que a mudança no estatuto está “em total desalinho aos preceitos da moralidade administrativa e impessoalidade”. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que vai recorrer da decisão.

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