A gestão de dívidas que vai mudar a sua vida; confira na coluna Dose Financeira

A cada 100 pessoas no Brasil, 78,3 estão endividadas, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em abril de 2023, o que representa 51,3 milhões de brasileiros com dívidas.

O endividamento é a condição de ter dívidas acumuladas. É medido como a proporção da dívida total em relação à renda ou ao patrimônio líquido. Ter dívidas pode ser algo saudável ou prejudicial, dependendo da situação financeira da pessoa ou da empresa. Um exemplo de forma saudável seria pegar dinheiro emprestado para investir e gerar uma nova renda. Já de maneira prejudicial seria fazer o mesmo só para ganhar tempo pagando uma parcela que irá ou já venceu, mas por outro lado, só está aumentando o seu passivo (contas a pagar).

Se você já parcelou uma compra no cartão alguma vez, já esteve endividado, o problema esta quando de endividado você passa para o estágio de inadimplente, que é àquele com contas a pagar atrasadas.

Dentre os diferentes tipos de dívidas, temos:

  • Financiamentos: créditos para a compra de bens de consumo duráveis, como carros, casas ou eletrodomésticos.
  • Cartão de crédito: crédito rotativo que pode ser usado para compras imediatas ou parceladas.
  • Empréstimos pessoais: créditos para fins gerais, como despesas de emergência ou viagens.
  • Empréstimos estudantis: créditos para financiar a educação superior.
  • Agiota: mesmo não sendo legal, é uma prática usada por muitas pessoas.

Em um cenário ideal, recomendamos comprometer até 30% da sua renda líquida com despesas fixas (gasto que ocorre regularmente, com o mesmo valor ou com variação mínima. Exemplo: aluguel da sua moradia, prestação de alguma compra, mensalidade da escola/academia, plano de saúde, dentre outros). Até 30% para seu futuro e o restante entre despesas variáveis e extras (variáveis = o valor a pagar esta ligado diretamente ao seu consumo; extra = são gastos imprevisíveis).

As razões que levam ao endividamento são variadas, incluindo: gastos excessivos, despesas inesperadas, mau planejamento financeiro e educação financeira insuficiente.

Para gerir o seu orçamento doméstico é preciso tirar um tempinho para levantar os dados financeiros. Quanto você recebe líquido e quais são suas contas a pagar no presente e no futuro. Eu indico pelos próximos 12 meses.

O próximo passo é imaginar a princípio que a situação financeira que você esta olhando é de outra pessoa, para ativar o lado racional da sua mente. Dessa forma poderá estabelecer algumas das estratégias a seguir para reencontrar o equilíbrio das contas.

  • Redução de gastos: a vida é feita de escolhas, você vai fazer um esforço temporário para ter mais segurança no futuro. Identifique as áreas que pode diminuir seus gastos e ative na sua vida o autocontrole;
  • Organização das dívidas: faça um quadro com a identificação e tipologia de cada dívida, nome do credor, custo efetivo total e saldo devedor. Dê preferência para quitar primeiro àquelas com maior juros e menor valor.
  • Negociação com credores: em alguns casos, é possível negociar com os credores para obter melhores condições de pagamento. Isso pode incluir uma redução no valor da dívida, uma extensão do prazo de pagamento ou a redução da taxa de juros. Muitos aqui vão paralisar! E eu te digo, o seu credor é o mais interessado em entrar em acordo com você. Não tenha medo, nem vergonha. Ligue o botão do “devo mesmo, pago quando puder.” E pague mesmo, autorresponsabilidade. É isso que se espera de um adulto.
  • Recursos financeiros: olhe em volta e veja o que pode vender para fazer uma grana extra rápida e abater suas dívidas, bem como pesquise como pode fazer o mesmo de outras maneiras e faça. Fazer mais dinheiro vai diminuir o tempo necessário para eliminar esses passivos (obrigações a pagar). Também pode optar por pegar uma linha de crédito mais barata, como o consignado se for o seu caso, ou ainda, usar o crédito do cartão, que são menos recomendáveis, mas também são uma saída.

Nada é tão bom que dure para sempre e não tão ruim que nunca acabe (provérbio português). Toma essa dose!

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