Eleito Personalidade do Ano no Prêmio eSports Brasil 2023, o streamer Gustavo “Baiano” está ainda mais ambicioso para o futuro. Ele quer trazer o sul-coreano Sang-hyeok “Faker”, astro do League of Legends, para a disputa do CBOLÃO e promete fazer, em 2024, o maior projeto da vida dele, sobre o qual faz mistério e não entrega nenhum detalhe.
Ex-jogador profissional, Baiano se tornou o maior criador de conteúdo de LoL do Brasil, capitaneando projetos de sucesso, como o grupo de streamers do programa “Ilha das Lendas”, transmitido na Twitch, e o campeonato recreativo e beneficente “CBOLÃO”, uma alusão ao nome do Campeonato Brasileiro (CBLOL), promovido pela Riot Games.
— Para mim, é o prêmio mais importante para quem realmente luta por comunidade, como eu e o Gaules [streamer de Counter-Strike]. Este é o prêmio mais importante, até mais do que melhor streamer. Melhor streamer é muito importante, reflete muito os números, mas personalidade reflete muito sobre eventos, sobre junção, sobre outras coisas além de só números, que também são importantes. Mas a gente sabe que tem outras formas de unir cada vez mais a comunidade — disse Baiano em entrevista ao ge durante a cerimônia de premiação.
Ele contou que, depois de realizar o primeiro evento presencial e trazer jogadores estrangeiros que competem no exterior, o objetivo é tornar o CBOLÃO ainda mais internacional.
É o caminho que eu quero seguir, principalmente lidando com o cenário competitivo do LoL. Apesar de a gente amar e acompanhar muito, internacionalmente o cenário é um pouco desfavorável para nós. Eu quero criar um modelo diferente, de competição também, mas de entretenimento, de conteúdo, que seja ao redor da comunidade. Quero muito que isso aconteça. Os jogadores gringos que vieram saíram apaixonados.
O streamer relatou que o suporte sul-coreano Yong-in “CoreJJ”, um dos convidados para a 2ª edição de 2023 do CBOLÃO, pediu a reserva de uma vaga dentre os times participantes para o ano que vem e prometeu retornar ao Brasil com amigos.
Questionado sobre uma possível presença de Faker no CBOLÃO, Baiano respondeu prontamente:
— A meta é essa. Eu quero chegar no nível deste, de poder trazer Faker e outras celebridades gigantes que a gente tem. O futuro é muito focado nisso.
Para o ano que vem, o streamer contou que o principal plano é o projeto mais importante da vida dele, sobre o qual ainda não revela qualquer detalhe.
— Apesar de tudo que eu fiz nos últimos anos, este tende a ser o projeto mais importante da minha vida, que eu vou reunir tudo que eu conheço e tudo que eu sei em um lugar só. Não posso dar muito spoiler, porque pretendo fazer em conjunto com a Riot e ver até onde a gente consegue desenvolver isso juntos, mas, se tudo der certo, a gente terá mais um ano de ouro no League of Legends no ano que vem.
Baiano lembrou que, em dez anos dedicados ao LoL, primeiro como jogador e hoje como streamer, enfrentou muitos momentos de dificuldade. Ele teve diversos problemas de saúde e já falou publicamente sobre sofrer de distúrbios psicológicos, como depressão, transtorno de ansiedade e crises de pânico.
— É um nível de superação muito grande. Eu sou muito orgulhoso da disciplina que eu tive ao longo da minha vida. Tiveram uns três ou quatro momentos em que cheguei muito perto de parar ou, mais recentemente, até simplesmente não estar muito motivado, porque dinheiro não é mais algo que eu preciso buscar.
— Eu já estou muito tranquilo e minha família já está extremamente tranquila e confortável. Este ano, para mim, inclusive, foi um ano de buscar novas motivações. Este período todo, esses dez anos de luta, foi de muita superação e muito renascimento, de construção, para a gente fazer cada vez mais coisas e conseguir estar bem fazendo, porque às vezes a gente se sacrifica muito, mas não é tão duradouro. O segredo é este, achar uma forma de fazer algo legal, que se ama e seja sustentável.
Perguntado se encontrou a motivação que buscava, Baiano voltou a falar do projeto de 2024.
— Encontrei a motivação. Está neste meu projeto do ano que vem. Ele é um divisor de águas total para o League of Legends no Brasil. Total mesmo. É um projeto que eu espero conseguir juntar todas as pessoas que acompanharam LoL desde 2013 e que se afastaram um pouco do competitivo, trazer todas elas para o cenário, em um momento único — pontuou, relembrando do showmatch realizado dentro do CBOLÃO entre os elencos históricos da paiN Gaming de 2015 e da INTZ conhecida como “Exodia”.
— Minha ideia é essa, de realmente poder proporcionar cada vez mais isso para a comunidade. Apesar de a gente não conseguir ser campeão mundial de League of Legends, nossa comunidade é f*, e é isso que importa.
Das co-streams aos eventos próprios
No Mid-Season Invitational (MSI), o torneio internacional de meio de temporada do LoL, a co-stream de Baiano teve a maior audiência dentre as personalidades que fizeram watch parties.
O canal de Baiano na Twitch alcançou pico de 154,5 mil espectadores simultâneos e acumulou 3 milhões de horas assistidas durante o MSI.
No Worlds, o Campeonato Mundial de LoL, Baiano viajou a Seul, na Coreia do Sul, a convite da Riot, para fazer a co-stream da final diretamente do local onde aconteceu o jogo vencido pela sul-coreana T1 contra a chinesa Weibo Gaming, no evento que se tornou o mais assistido da história dos esports.
Defensor das co-streams, Baiano batalha há anos para ter direitos de transmissão do CBLOL, o que a Riot não permitiu até hoje. Ele já disse, em entrevista ao ge, que aceitaria pagar pela transmissão.
Em 2023, o CBOLÃO criado por Baiano arrecadou R$ 200 mil na primeira edição, destinados à associação Ampara Animal, e R$ 289 mil na segunda edição para o Hospital de Amor, instituição especializada na prevenção e no tratamento do câncer localizada em Campinas (SP).
O evento também contou, pela primeira vez, com jogadores estrangeiros de times internacionais, na edição realizada dentro da CCXP 2023.