A Defesa Civil de Maceió informou que foi registrado um novo sismo com magnitude de 0,89 na mina localizada no bairro de Mutange, na capital, na madrugada deste sábado (02/12).
Enquanto na manhã da sexta-feira (01/12) a velocidade era de 2,6 cm por hora, o afundamento vem sendo de 0,7 cm por hora neste sábado.
Já o deslocamento vertical acumulado na região da mina teve uma grande diminuição de 1,42 m para 1,56 cm em 24h. A Defesa Civil ainda não esclareceu os motivos para isso.
Alerta máximo
Em nota, o órgão disse que permanece em alerta máximo devido ao risco iminente de colapso do solo.
Também reforçou a recomendação para que a população evite transitar na área desocupada, enquanto medidas de controle e monitoramento estão sendo aplicadas para reduzir o perigo.
O alerta máximo é para a mina 18, localizada na região do antigo campo do Centro Sportivo Alagoano (CSA). Tendo em vista o significativo deslocamento do solo, o órgão não descarta a formação de uma cratera no local.
O temor entre os especialistas é que ocorra um fenômeno chamado sinkhole, quando surge uma cratera no solo decorrente do afundamento da superfície. O caso da capital alagoana, por se relacionar à mineração em área urbana, é considerado raro.
Exploração desenfreada
A exploração mineral desenfreada no solo vem sendo apontada por especialistas e autoridades públicas como a principal causa do fenômeno. O problema se relaciona às minas de sal-gema da petroquímica Braskem exploradas no subsolo da área urbana de Maceió.
A Salgema Indústrias Químicas S/A, que viria a se tornar a Braskem, ganhou autorização para explorar o sal-gema no local na década de 1970, durante a ditadura militar.
Em março de 2018, um forte tremor atingiu a área das minas. Reportagem especial do Metrópoles mostrou a tragédia provocada pela mineração no local.
O risco de formação de crateras já levou à saída emergencial de cerca de 55 mil pessoas da área.
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