Maceió: Samu está em área com risco de colapso do solo

Hospital e farmácia do governo também estão na mesma situação

Primordial para salvar vidas em casos de acidentes ou grandes tragédias, como o iminente colapso da mina subterrânea no bairro do Mutange em Maceió, a sede do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas continua localizada em local de monitoramento, no bairro do Farol, sem previsão para ser realocada.

Segundo o mapa de risco, o Samu fica em área de criticidade 01, categoria na qual estão as regiões sob monitoramento dos órgãos. O maior nível de criticidade é o 00, quando a desocupação e a realocação devem ser imediatas.

Além do SAMU, ainda permanece em funcionamento, na mesma quadra, o Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR) e o Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), antiga Farmex, todos de responsabilidade do governo estadual.

Ao Metrópoles, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) relatou que o Comitê Operativo Emergencial (COE) está analisando a possibilidade de mudança do Samu e do Ceaf, mas reforça que os dois órgãos não estão localizados na área próxima à mina 18 da Braskem, que foi sinalizada, na quinta-feira (30), com o alerta máximo da Defesa Civil de Maceió para o risco de colapso do solo.

Acordo para a remoção

Já quanto à situação do Hospital Escola Portugal Ramalho, que é único hospital psiquiátrico da rede pública de Alagoas,a Sesau informou que a realocação está sendo discutida dentro de um acordo amplo que atenda aos pacientes, familiares, bem como às prefeituras da região metropolitana. Ainda não há data prevista para a remoção.

O acordo está sendo feito com intermediação dos ministérios públicos (estadual e federal) e Defensoria Pública, segundo informações da Assessoria de Comunicação (Ascom) do Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL).

Sobre a negociação, a Ascom relatou que a Braskem já aceitou comprar o terreno do HEPR para construir um novo e maior hospital, mas não detalhou em que fase está essa negociação, já que o Governo é autônomo nesse acordo com a Braskem.

Protesto de funcionários

Na última quinta-feira (30), funcionários do Hospital Portugal Ramalho realizaram um protesto pedindo a realocação urgente do prédio, afirmando que a permanência coloca em risco a vida deles e dos pacientes internados.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Previdência, Seguro Social e Assistência Social de Alagoas (Sindprev-AL), Ronaldo Alcântara, relatou que a manifestação também foi uma forma de cobrar uma posição do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB-AL), que vetou o projeto de lei nº 401 de 2023, que autorizava o Estado a alienar ou doar imóveis públicos para realocar o Hospital Portugal Ramalho e as escolas estaduais localizadas nas áreas afetadas.

“Nós estávamos encaminhando uma luta que estava avançando. Nós estávamos bastante contentes quando o projeto de lei nº 401 de 2023 foi aprovado, porque a partir daí a Braskem iria começar os trâmites para dar início às obras de construção do novo hospital. (…) Então, a manifestação serviu para chamar a atenção do Palácio do Governo para resolver essa situação”, afirmou Ronaldo Alcântara.

Maceió afundando

Na última quinta-feira (30), a Defesa Civil Municipal emitiu um alerta sobre o risco de colapso da mina de número 18, que fica no bairro do Mutange, um dos cinco bairros afetados pela mineração de sal-gema pela petroquímica Braskem. Desde então, o órgão permanece em alerta máximo para o risco iminente de colapso e a Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência por 180 dias.

Toda a região próxima da mina 18 já está interditada e sem moradores, uma vez que estão sendo realocados desde 2020.

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