“Lugar de assassino é na penal”, diz irmão de Jonhliane após decisão da Justiça de levar Ícaro à prisão

Em entrevista exclusiva ao ContilNet, Johnatan Paiva informou que espera a prisão em regime fechado e que Ícaro seja conduzido ao FOC

Após a Justiça acatar o pedido do Ministério Público do Acre (MPAC) e determinar que o empresário Ícaro Pinto volte ao regime fechado, a família de Jonhliane Paiva se posicionou sobre a decisão.

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Em entrevista exclusiva ao ContilNet, o irmão da vítima, Johnatan Paiva, disse que essa já era uma decisão que deveria ter sido tomada bem antes pelo Poder Judiciário.

“É o papel da Justiça fazer cumprir a lei. É uma decisão correta. Lugar de condenado, assassino, é na penal, é na prisão. Ele descomprimiu a lei e agora tem que pagar por isso, ficar preso em regime fechado”, disse.

Johnatan Paiva, irmão de Jonhliane, durante julgamento dos acusados/Foto: ContilNet

O irmão da vítima relatou ainda que já havia recebido a informação de que Ícaro frequentava bares e festas à noite, o que é proibido na sentença.

“A gente recebia várias informações a respeito disso. Mas a gente aguardava um posicionamento da Justiça. Precisou ir para mídia para que tomassem uma providência”.

Ícaro Pinto/Foto: Reprodução/Internet

Além disso, Johnatan declarou que já recebeu denúncias de que o outro acusado pelo assassinato de Johnliane, Alan Araújo de Lima, também foi visto descumprindo as medidas estabelecidas na sentença. “Há comentários de que ele também já anda descumprindo a prisão domiciliar. Foi visto andando à noite pela cidade. Dizem até que eles andam de carro e a carteira deles foi cassada”.

As denúncias confirmam o que foi divulgado em uma matéria exclusiva do ContilNet, em que mostra o empresário Ícaro Pinto frequentando festas e bares na noite de Rio Branco. Uma das imagens mostra o engenheiro numa festa, no centro de Rio Branco, durante o Réveillon, na virada do ano. Detalhe: a festa foi até o amanhecer e só foi encerrada horas antes da confusão em que o engenheiro se envolveu no Mercado do Bosque, segundo um vídeo que circula em redes sociais.

Ícaro Pinto em uma casa noturna de Rio Branco/Foto: ContilNet

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Ainda na entrevista, o irmão de Johliane afirmou que as informações sobre o caso não são muito comentadas com a mãe deles, Socorro Paiva.

“Ela ainda está passando pelo trauma psicológico. O que ela fala é que toda maçã que é podre, uma hora cai. E a gente percebe nas atitudes dele. É uma pessoa [Ícaro] maligna, que não serve para conviver em sociedade. É insensível”, desabafou o irmão.

Preso no FOC

A família espera que Ítalo seja conduzido ao Presídio Francisco de Oliveira Conde (FOC), diferente do que aconteceu quando ele havia sido preso anteriormente. O condenado cumpriu pena no Batalhão de Operações Especiais (Bope).

“O lugar dele é no Francisco de Oliveira Conde. A gente espera que ele vá para a prisão, sem direito a Habeas Corpus”.

Corroborando com a vontade da família, no pedido do Ministério Público, o promotor Talles Tranin solicitou à Justiça que Ítalo cumpra a pena em regime fechado em uma sela do Complexo Penitenciário de Rio Branco.

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Ao final da entrevista, Johnatan fez um apelo às pessoas. “Quem tiver imagens, vídeos, deles freqüentando esses lugares, que nos encaminhe para que a gente entre no Ministério Público, ou deles dirigindo”.

O irmão de Jonhliane lembra ainda que essas denúncias podem ser feitas diretamente ao Ministério Público, de forma totalmente anônima.

Sentença

Ícaro José da Silva Pinto foi a júri popular em maio de 2023 ao lado de Alan Araújo de Lima, o outro rapaz com o qual estaria apostando um racha (aposta de corrida) em carros possantes e de luxo, quando a Jonhliane de Souza, então com 30 anos, a qual pilotava uma moto a caminho do trabalho, no Supermercado Araújo, quando foi colhida por um dos veículos. O acidente ocorreu por volta das 6 horas da manhã daquele 6 de agosto, um feriado, na Avenida Antônio da Rocha Viana. As investigações apontaram que os dois acusados saíram de um bar, onde passaram a noite ingerido bebida alcóolica. Alan foi condenado a sete anos e 11 meses de reclusão em regime semiaberto por homicídio simples, com dolo eventual. Ele saiu da prisão após o julgamento e passou a cumprir a pena no regime semiaberto, com uso de tornozeleira eletrônica.

Ícaro Pinto e Johnliane Paiva/Reprodução

Os réus foram condenados ainda por danos morais no valor de R$ 150 mil para a mãe da vítima, sendo que Ícaro deve pagar R$ 100 mil e Alan R$ 50 mil. Além disso, os réus vão ter que pagar uma pensão vitalícia (ou até que a vítima completasse 76, 8 anos) no valor de dois terços de dois salários mínimos, sendo R$ 977,77 (Ícaro) e R$ 488,88 (Alan). Não há informações sobre o cumprimento da pena por indenização.

Relembre o caso

Jonhliane Paiva de Souza foi morta no dia 6 de agosto de 2020, quando se dirigia ao trabalho. Ela foi atingida pelo veículo BMW conduzido por Ícaro José nos dia dos fatos, que trafegava na Av. Antônio da Rocha Viana, juntamente com Alan Araújo de Lima, que, por sua vez, conduzia um veículo marca VW, modelo Fusca 2.0T.

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