Lavi Katukina, uma das lideranças do povo Noke Koi, em entrevista ao jornal ac24horas, disse que os indígenas não fizeram o procurador Luidgi Merlo refém, na Terra Indígena, na manhã desta quarta-feira (13), apesar de um trator ter sido atravessado na saída, impedindo a passagem do grupo que estava no local.
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Além do procurador do Ministério Público Federal (MPF), estavam funcionários do Ibama e do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Idaf).
“Nós não fizemos o procurador refém, nós só precisávamos que ele ouvisse todos os envolvidos no caso. Porque nós fomos convencidos e enganados por essa empresa milionária, que está fazendo o linhão na nossa terra”, disse Levi.
Em nota, o MPF disse que os ânimos se exaltaram e que os indígenas chegaram a atravessar um trator na saída da terra indígena, mas que todos que estavam na ocasião saíram em segurança do local.
Veja nota do MPF:
Na tarde de ontem, o procurador se reuniu com as lideranças indígenas para colher informações e as impressões da comunidade sobre o andamento dessas obras, e como os indígenas apresentaram uma lista de reclamações e pedidos, o procurador chamou uma reunião hoje pela manhã com a empresa e os indígenas para tratar dessas reclamações.
Durante a reunião, os ânimos se exaltaram e os indígenas chegaram a atravessar um trator da empreiteira no acesso à aldeia, dizendo que só abririam com o encaminhamento das demandas.
O MPF mediou a situação, deu um prazo para a empresa responder aos pedidos, e, diante da decisão dos indígenas de paralisarem as obras até a solução das demandas, conseguiu também um prazo para que a empresa fizesse os serviços necessários à segurança das instalações parciais que já existem no local.
Diante disso, a reunião foi encerrada e o acesso foi liberado. Todas as pessoas que estavam na ocasião saíram em segurança.