Os deputados Gilson Marques, Fausto Pinato (PP-SP) e o parlamentar do Acre Roberto Duarte pediram vista, ou seja, mais tempo, para análise do relatório favorável à manutenção da prisão de Chiquinho Brazão, acusado de ser um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco.
Os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, acataram o pedido de vistas feito pelos deputados e com isso, a votação pela CCJ, que estava prevista para esta terça-feira, foi adiada. Brazão permanece preso enquanto o caso não é analisado pela Câmara. A votação deve ocorrer próxima do dia 10 de abril, por conta do feriado de Páscoa.
“Sabemos que se trata de um crime hediondo, de homicídio, que nós repudiamos, assim como repudiamos todos os crimes. Agora, veja bem, o suposto acusado encontra-se preso, e de lá ele não sairá enquanto não houver uma decisão desta Casa ou do próprio Supremo Tribunal Federal. Não entendo o porquê do afogadilho de, neste primeiro momento, querer justificar uma votação imediata sem se fazer uma análise da prisão preventiva”, disse o deputado do Acre.
Após a comunicação do STF sobre a prisão de Brazão, a CCJ tem o prazo regimental de 72 horas para emitir uma manifestação sobre o caso. Esse prazo se esgota na quinta-feira (28). Pela regra, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pode levar o caso a plenário a partir dessa data.
Roberto Duarte disse ainda que Brazão não vai sair da prisão enquanto não se exaustrar a discussão sobre a constitucionalidade da prisão. “Nós repudiamos veementemente o crime de homicídio e qualquer outro tipo de crime, mas aqui precisamos avaliar a questão da prisão preventiva decretada pelo Supremo Tribunal Federal. Nós observamos ainda na imprensa nacional que não existem provas cabais e não houve, se quer, o contraditório e nós precisamos defender o contraditório sempre e o devido processo legal. Por isso justifico o nosso pedido de vista”, disse.
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