A ex-deputada estadual do Acre, Miriam Pascoal morreu nesta terça-feira (2), no Hospital Nossa Senhora das Neves, em João Pessoa, na Paraíba.
Miriam foi deputada na 5ª e 6ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Acre, de 1983 a 1987 e de 1988 a 1991. Em nota, a Aleac lamentou a morte da ex-deputada, que faleceu em decorrência de complicações renais.
“Neste momento de perda irreparável, os parlamentares e servidores do Poder Legislativo do Acre se solidarizam e manifestam apoio à família enlutada, rogando a Deus, que em sua infinita bondade, possa proporcionar o conforto necessário nesse momento de dor e saudade eterna”, disse a nota.
Saiba quem era Miriam Pascoal
Natural do Ceará, ela era viúva do ex-vereador por Rio Branco Poty Pascoal, eleito em 1963 na primeira eleição para este tipo de cargo na Capital Rio Branco do recém criado Estado do Acre.
Ainda nos anos de 1970, o então vereador Poty Pascoal passou a tarefa da política na família Pascoal, tradicional no Bairro Quinze, em Rio Branco, para a esposa, a assistente social Maria Miriam Pinho Pascoal, a quem ele conhecera no Ceará e a trouxe para o Acre como sua esposa para dar seguimento a segunda geração da família. Dona de um salão de beleza no Segundo Distrito da cidade e muito querida pela população, Miriam Pascoal se elegeu vereadora em substituição ao marido e tomou gosto pela política e conseguiu, até se eleger presidente da Câmara de Vereadores em Rio Branco.
Em 1978, com os ventos da redemocratização soprando cada vez mais forte no país e como o MDB se tornando uma alternativa de poder para substituir a Arena e a ditadura militar nos destinos do país, ela se candidata a deputada estadual. É eleita. Numa Assembleia Legislativa que até aquela data nunca havia eleito uma mulher para a Casa, aquela legislatura teria três parlamentares do sexo feminino.
Além de Miriam Pinho pascoal, foram eleitas deputadas a também ex-vereadora Iolanda Lima Fleming e a professora de Cruzeiro do Sul Railda Pereira. Nas eleições seguintes, Iolanda Fleming deixa a Aleac para disputar o cargo de vice-governadora da chapa de Nabor Júnior ao Governo. Nabor se elege e, pouco mais de dois anos e meio depois, renuncia o cargo de governado e a vice Iolanda é empossada como a primeira governadora de um estado brasileiro na história do país. Enquanto isso, na Aleac, Miriam Pinho Pascoal e Railda Pereira se reelegem para a quarta legislatura.
A última manifestação política da ex-deputada Miriam Pascoal deu-se na campanha eleitoral de 2014, em apoio à candidatura à reeleição do então governador petista Tião Viana. Numa carta aberta à população, ela escreve: “Mesmo não estando no Acre, tenho acompanhado o trabalho do governador Tião Viana e […] ele tem mostrado que é um gestor competente, trabalhador e honesto”.
A causa da morte não foi revelada pela família, embora amigos e familiares tenham informado que, há tempos, ela vinha com a saúde abalada pela idade avançada, com problemas coronários.