Vídeo de tatuador acreano transformando cicatrizes viraliza com quase 2 milhões de views

Aos 36 anos, o tatuador é referência no estado

Na capital acreana, um tatuador está mudando vidas de maneira única. Marcio Oliveira, mais conhecido como Marcio Acre, utiliza sua habilidade artística para transformar cicatrizes em belas tatuagens, trazendo renovação e autoestima a seus clientes. Aos 36 anos, Marcio tornou-se uma referência no universo da tatuagem, especialmente por seu trabalho especializado em cicatrizes.

Marcio atende seus clientes no estúdio localizado na Travessa Três de Junho, 176, Alto Alegre, Rio Branco. Ali, ele oferece não apenas novas tatuagens, mas também novas perspectivas sobre cicatrizes que muitas vezes são fonte de desconforto. Um de seus vídeos, onde mostra seu processo de transformação, atingiu a impressionante marca de 1,9 milhões de visualizações no Instagram, destacando o impacto positivo de seu trabalho.

Marcio Oliveira, mais conhecido como Marcio Acre/Foto: Reprodução/Instagram

Em entrevista à coluna de Douglas Richer, do site ContilNet, Marcio compartilhou detalhes de sua trajetória e do processo que o tornou um fenômeno no Acre.

Douglas Richer: Como você começou na profissão de tatuador?

Marcio Acre: Comecei por curiosidade e hobby, e por gostar de desenho, especialmente os mais característicos de tatuagem, como rosas, caveiras, animais, etc.

Douglas Richer: Pode nos explicar como é o processo de cobrir uma cicatriz com uma tatuagem?

Marcio Acre: O processo inicial começa com a procura do cliente. Nem todo mundo que tem cicatriz quer ter uma tattoo; alguns procuram sessões de lazer, cirurgias plásticas e outros procedimentos. No estúdio, ofereço uma assessoria básica de desenho, medidas e estilos para solucionar o incômodo e trazer estética para cada situação.

Douglas Richer: Quais são os principais desafios técnicos ao trabalhar sobre cicatrizes?

Marcio Acre: O primeiro desafio é o desenho, pois algumas cicatrizes limitam o que pode ser feito. Nem sempre o que o cliente quer é o que vai ficar bom ou solucionar o incômodo.

Douglas Richer: Quais tipos de cicatrizes são mais difíceis de cobrir e por quê?

Marcio Acre: Cicatrizes com queloides muito elevados são as mais difíceis de cobrir devido ao relevo.

Douglas Richer: Como você decide o design da tatuagem para cobrir uma cicatriz específica?

Marcio Acre: Baseio-me no gosto do cliente, na anatomia e na complexidade da cicatriz. Prefiro formas orgânicas no processo.

Marcio é referência no Acre/Foto cedida

Douglas Richer: Como você vê o impacto emocional e psicológico das tatuagens em seus clientes que possuem cicatrizes?

Marcio Acre: A estética positiva traz um renovo imediato, elevando a autoestima e o conforto visual. Frequentemente ouço: “Por que eu não fiz isso antes?”. O impacto emocional e psicológico positivo é quase instantâneo após o procedimento.

Douglas Richer: Pode compartilhar alguma história marcante de um cliente que foi particularmente significativo para você?

Marcio Acre: Recentemente, o trabalho que fiz na @brunaalab, que teve boa parte do corpo queimado, ganhou visibilidade nacional e internacional. Cobrimos o braço dela em dois dias consecutivos. Ela ficou muito feliz com o resultado e recebo relatos de que “Bruna é outra pessoa depois dessa tatuagem”.

Douglas Richer: Quais cuidados especiais são necessários tanto antes quanto após fazer uma tatuagem sobre uma cicatriz?

Marcio Acre: Alimentação saudável, muita água para manter a pele hidratada, e evitar suor excessivo e atrito na região tatuada. O bom senso também ajuda na compreensão do antes e depois do procedimento.

Douglas Richer: Existe algum tipo de cicatriz ou condição médica que possa contraindicar a cobertura com tatuagem?

Marcio Acre: Até agora, não encontrei nenhuma cicatriz que não pudesse ser coberta, exceto cicatrizes de cirurgias recentes. Talvez no futuro encontre uma situação onde não seja possível.

Douglas Richer: Como você aborda a questão da expectativa versus a realidade com seus clientes?

Marcio Acre: É um procedimento estético e limitado. Não dá para romantizar; você está cobrindo uma cicatriz com outra cicatriz, mas esta nova tem formas mais estéticas e agregadoras.

Douglas Richer: Você já teve que recusar algum trabalho de cobertura de cicatriz? Se sim, por quê?

Marcio Acre: Sim, quando sei que o que o cliente quer não vai ficar bom e pode gerar um incômodo maior. Prefiro estimular a aceitação do cliente a aumentar seu desconforto.

Veja o tatuador acreano em ação. O vídeo já acumula quase 2 milhões de visualizações:

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