Acre registra aumento de mais de 200% em focos de incêndios florestais em junho de 2024

O Acre está em risco de incêndios florestais durante oito meses, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima

O período de estiagem no Acre, entre os meses de junho e setembro, além da seca dos rios, também traz as queimadas urbanas e incêndios florestais. Segundo o BDQueimadas, plataforma usada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Acre registrou um aumento de mais de 258% no número de incêndios florestais entre os dias 1 e 20 de junho de 2024, quando comparado com o mesmo período do ano anterior.

Nos 20 primeiros dias do mês de junho foram registrados 61 focos de incêndios florestais no Acre. O município com maior número de focos foi Feijó, com 10, seguido de Cruzeiro do Sul, com 9 focos, Sena Madureira e Tarauacá, com 7 focos cada. Rio Branco registrou apenas 1 foco, junto com Assis Brasil e Marechal Thaumaturgo. Os dados são do satélite de referência AQUA.

Brigadistas em período de queimadas no Acre/Foto: Sérgio Vale

Neste mesmo período de 2023, o Estado do Acre registrou 17 focos de incêndios florestais. O maior número de focos foi no município de Cruzeiro do Sul, que registrou 8, logo atrás vem a capital Rio Branco, com 5, e Tarauacá, com 2. Brasiléia e Senador Guiomard registraram apenas 1 foco cada no período de 20 dias.

Ao ContilNet, o diretor de Administração de Desastres da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, o combate à queimadas também faz parte do Plano de Contingência relacionado à seca que o Acre tem enfrentado nos últimos dias.

As ações em combate às queimadas no plano de contingência do município estão relacionadas com a mobilização de órgãos e secretarias que podem ajudar no combate. “Como por exemplo, órgãos que tem tratores para fazer aceiros, ou aqueles que tem caminhões-pipas para apoiar no combate à incêndios quando, por ventura, o Corpo de Bombeiros não estiver dando conta com seus próprios caminhões, então todos esses órgãos fazem parte do plano de contingência e cada um já sabe o que fazer em momentos de crise”, explicou.

Claúdio Falcão, diretor da Defesa Civil de Rio Branco/ Foto: Juan Diaz/ContilNet

Ainda de acordo com o coronel Falcão, o satélite AQUA, que registra o número de focos no BDQueimadas, mostra apenas os incêndios florestais, mas que além deles, Rio Branco já sofre também com as queimadas urbanas. “Os incêndios florestais são aqueles que tem proporções de pelo menos 100 por 100 metros quadrados, que dá 10 mil metros e as queimadas urbanas são menores”, afirmou.

Acre vive oito meses em emergência ambiental

Por conta do período de seca, o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima publicou no dia 30 de abril, em edição do Diário Oficial da União (DOU), o calendário de emergência ambiental em áreas mais suscetíveis a incêndios florestais entre fevereiro de 2024 e abril de 2025. O Acre está em risco de incêndios florestais durante oito meses.

O Acre aparece como suscetível a incêndios florestais entre abril e novembro de 2024, junto com outros estados como Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro e outros estados. No Acre, o período de seca é conhecido pelos grandes números de focos de queimadas em todo o estado, principalmente no mês de setembro, quando a seca se agrava e os incêndios florestais aumentam.

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A publicação da portaria que declara estado de emergência ambiental é um procedimento anual, que dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de interesse público, como a contratação de brigadistas pelo Programa de Brigadas Federais do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo o Governo Federal, são contratadas brigadas especializadas para cada período e região, como agentes indígenas, quilombolas e de comunidades que conheçam o território e possam contribuir com ações preventivas.

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