Imagine a seguinte situação: você está numa gigante piscina e, distante alguns metros de você e dentro dela, existe uma bola. Você quer muito pegar essa bola, então começa a nadar desenfreadamente para pega-la. Acontece que a forma como você nada — intensa e até mesmo desequilibrada — cria ondas que acabam por afastar você da bola. E sim, esta santa coluna não está falando sobre bolas. Estamos falando sobre o desafio nestas eleições e tomando como exemplo os dois principais candidatos a prefeito da capital, Tião Bocalom e Marcus Alexandre.
Tião Bocalom, o atual prefeito, começou a gestão no meio da pandemia e enfrentando uma séria crise de popularidade. Pouca gente apostava na continuidade desse projeto e já falava-se na volta do próprio Marcus Alexandre ou da ex-prefeita e atual deputada Socorro Neri. O Velho Boca nadou calmo, e agora está em outro cenário, mais próximo da bola.
Marcus Alexandre começou gigante nas prévias. Enquadrou outros candidatos dentro do partido, era tido como sucessor natural do Bocalom e, lá atrás, dentro do MDB, já se discutia até quem seriam os secretários da próxima gestão. No entanto, Chame-Chame caiu nas pesquisas e hoje, nos cenários abertos, encontra-se tecnicamente empatado com Boca. A disputa está polarizada.
Com o período mas intenso da campanha chegando — os movimentos nas ruas, os debates, as trocas de farpas e por aí vai — o eleitor vai saber quem é o candidato que vai melhorar navegar nessa piscina chamada eleições. E quem será aquele que vai apanhar a bola.
MÃO DUPLA — Construções políticas são sempre uma via de mão dupla. Uma possível chegada do vice-prefeito e ex-deputado Henrique Afonso no gabinete da vice-governadora Mailza pode colaborar com a aproximação de Delcimar Leite, esposa do deputado estadual Clodoaldo Rodrigues e secretária municipal, da vaga de vice. Não me perguntem com quantos russos isso foi combinado.
BEM AVALIADA — Delcimar também é considerada para a vaga de vice de Jessica Sales. É igualmente bem avaliada na chapa adversária.
VANDA VICE — Para ser vice de Marcus Alexandre, tal qual uma ala do PSDB levantou a possibilidade, o presidente da FRM Minoru Kinpara deveria ter descompatibilizado dentro do que prevê o calendário eleitoral. As conversas nesse sentido envolvem o nome de outra figura da legenda, a ex-deputada Vanda Milani.
BEM NA FITA — Vanda já foi cotada para vice do prefeito Bocalom, depois foi cotada para Alysson e agora é cotada para vice de Marcus. A Vanda tá bem na fita. Para a vaga na chapa de Marcus, tem um grande aliado e amigo, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC).
DESAFIO GRANDE — A deputada federal Socorro Neri encampa uma luta que pode deixar um marco, um legado: a criação do Centro de Biodiversidade de Xapuri. Junto dela, está o conselheiro Ronald Polanco, do TCE. Um desafio grande, mas urgente e necessário.
SECA — A seca é extrema, mas a situação dos municípios isolados pode ser pior. Marechal Thaumaturgo, por exemplo, já enfrenta os desafios. Das notícias que vem de lá, dificuldades, medo e um isolamento que atenua cada vez mais.
DISPUTA — Por falar em Marechal, a disputa continua entre Valdélio Furtado, o favorito nas pesquisas, e Itamar de Sá. Que, aliás, não ficou no MDB, não. Está no Podemos.
VALTIM E GONZAGA — O Acre tem novo prefeito e governador. Com a ausência de titulares e vices, quem tem a batuta na mão são, respectivamente, Valtim José e Luiz Gonzaga. Os próximos na linha de sucessão em cada âmbito.
NÃO É DE AGORA — Essa questão do Podemos — onde o presidente Ney Amorim anunciou apoio a Bocalom e foi questionado por filiados — é complicada numa série de camadas. O partido não é unido faz tempo. Não é de agora.
QUASE — O que não dá pra questionar é a força de Ney Amorim como presidente. Sem mandato, ele nunca perdeu o comando da agremiação que tem dois deputados, vereador, prefeito e quase teve um senador em 2022. E quase recebe outro senador depois disso…
BATE-REBATE
– O assunto do momento no final de semana foi uma máscara que está prestes a cair (…)
– (…) Nem tudo que parece, de fato é.
– No interior, alguns movimentos interessantes (…)
– (…) Em Assis Brasil, por exemplo, o PL tem candidato próprio (…)
– (…) Mas não é por isso que o senador Márcio Bittar deixa de destinar recursos para o atual prefeito, Jerry Correia, gerir (…)
– (…) Em Porto Walter, também, Márcio colocou recursos para a construção de uma gigante sede da prefeitura (…)
– (…) Mas não apoia necessariamente o candidato do atual prefeito (…)
– (…) Está com o Chicão! (…)
– (…) Isso sim é entender sua posição enquanto agente e não deixar com que a política prejudique a população.
– Esta santa coluna faz uma pequena pausa na terça (25) pois este jovem ancião que vos fala completa mais um ano de vida. O vigésimo oitavo.
Voltamos na quarta (26)! Bom dia, boa semana!