Real, o plano que derrotou a hiperinflação no país, completa 30 anos neste 1 de julho

FHC é o único ex-presidente da República a ver as cédulas da moeda de seu país circularem com sua assinatura como ministro da Fazenda

Nesta segunda-feira(1), completam-se 30 anos em que os brasileiros viram pela primeira vez as cédulas do Real, a nova moeda nacional que entrou oficialmente em vigor no país naquele 1 de julho de 1994. Nos oito anos anteriores ao Real, o país teve quatro tipos de moedas em circulação: Cruzeiro (Cr$), Cruzado (Cz$), Cruzado Novo ( Ncz$) e Cruzeiro Real (Cr$).

Era o governo do então presidente Itamar Franco, o vice que substituíra o afastado presidente Fernando Collor, colocando em execução a última etapa de seu plano de derrubada da hiperinflação no Brasil.

FHC é o único ex-presidente da República a ver as cédulas da moeda de seu país circularem com sua assinatura como ministro da Fazenda/Foto: Reprodução

O Real substituía, assim, o Cruzeiro Real, com a promessa de estagnar uma hiperinflação no país que batia a casa dos 3 mil por cento ao ano. O ministro da Fazenda daquele Governo era o futuro presidente da República Fernando Henrique Cardoso, atualmente com 95 anos de idade e que graças ao Plano Real conseguiu dois mandatos presidenciais, de 1994 a 2002.

O Plano Real chegou ao país após uma série de planos econômicos frustrados, desde o governo anterior, de José Sarney, que incluiu tabelamento de preços de mercadorias por decreto, e o desastre do governo seguinte, de Fernando Collor, que confiscou a poupança dos brasileiros.

Antes de chegar de fato aos bolsos dos brasileiros, o Real foi instituído através do que pode se chamar de uma moeda invisível, a URV (Unidade Real de Valor), criada quatro meses antes e que servia de base de cálculo e referência à nova moeda, que nascia com o mesmo valor do Dólar norte-americano ou seja, um Real custava Um Dólar.

A construção do Plano que acabaria com a inflação no Brasil começou em agosto de 1993, quando vários economistas do Ministério da Fazenda, do Banco Central e outros órgãos, sob a liderança do então chanceler Fernando Henrique Cardoso, para criar as estratégias. Por isso, nos primeiros momentos a medida foi chamada de ” Plano FHC”. O Plano, no entanto, não foi bem recebido.

O PT orientou os seus a se posicionarem contra as medidas. O então senador Epitácio Cafeteira, do Maranhão e aliado do ex- presidente José Sarney, chegou a dizer que o então ministro FHC, “apesar de sua boa vontade”, não tinha as qualidades técnicas para gerir aquele projeto. FHC não é economista. É sociólogo e se orgulha de ser o único ex-presidente de um país cujas cédulas da moeda corrente circulam sob sua assinatura, como ministro da Fazenda.

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